quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Oh oh oh, cadê os estagiários?

Os estagiários andam muito ausentes desta "redacção" ou "piquena" e média "empresa de escrita criativa"...
Por cá, como estou no intake, passamos menos tempo na redacção, fazemos por andar a sair muito, de preferência, com jornalistas que nos passem o micro/gravador para a mão e nos perguntem: "o que farias nesta situação? que dizias? que perguntavas?".
Ontem foi assim. [quando for jornalista e tiver estagiários, quero ser como Ela. Chamemos-lhe C.]
Aproveitei a tarde de ontem para pesquisar vários temas que me parecem interessantes para trabalhar numa reportagem. Tenho de os sugerir. Se não lhes quiserem pegar, eu própria faço e vendo a revistas. Take it or leave it.
Bem, e se dizem que no jornalismo, o Verão é uma verdadeira silly season, o Natal não sei se não será mais... Ele é pais Natal diferentes, árvores de Natal originais, bolos, bolinhos, prendas, crise, crisezinhas, etc, etc, etc.
Para os estagiários, esta pode ser uma boa oportunidade para fazer as pequenas e fofinhas peças de fim-de-semana. Para os leitores/espectadores, pode - e espera-se que sim - pode ser uma boa oportunidade para sorrir um pouco.
Em Janeiro, tenciono mudar para a equipa de fim-de-semana. Trabalhamos quando toda a gente descansa, é certo, mas fazemos o dobro das coisas sozinhas. Trabalha-se bem mais, bem melhor. E como podemos não querer trabalhar mais e melhor?

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Balanço/Palmarés cheios de baba

  • Três peças assinadas e a passar.
  • TH's (talking head = cabeça falante = pessoa a confirmar algo que um pivot diz)
  • OFF's (pivot a ler, imagens montadas, texto meu) - Ambos passaram durante o dia
  • Uma reportagem (extra-estágio) prestes a ser públicada em imprensa
  • Boa opinião geral sobre sonorização das peças e sua construção
  • Atenção às sibilantes e final das frases demasiado cantado na sonorização

3 meses

Fiz anteontem três meses de estágio. Estou oficialmente a meio, e de madrugadas. Entro às 00 saio às 06h30.
Os primeiros dois dias era esperar pelas 2h30 e dava-me uma pancada daquelas. Agora, felizmente, já me habituei.
Eu e outra jornalista (são três a fazer as madrugadas, o sistema é rotativo), chamemos-lhe L, somos as únicas pessoas na redacção a partir da 01h, sensivelmente.
Ontem era ver-nos a cantar música dos anos 80 aos berros, falar da vida - suas alegrias e desilusões [mais as dela que as minhas, ainda não tenho idade para me desiludir] - e ouvir.
E fazer notícias, obviamente.
Sabiam que diariamente morrem quase 3000 crianças e jovens (até 19 anos) em acidentes? Acidentes, afogamentos, asfixia, picadas de animais venenosos, homicídios, queimaduras, catástrofes naturais. Os números são avançados por um relatório da Unicef.
Pois é.
E na Grécia está tudo doido depois de um miúdo de 16 ter sido morto pela polícia. Mas tudo doido mesmo, amotinado.
Enfim. É o estado do mundo e das coisas.
O Natal aproxima-se e é a minha época preferida do ano. Já escrevi a carta ao Pai Natal e vou ter de pedir um mini-crédito para comprar o que quer que seja a alguém.
Espero que para o ano, por esta altura, as coisas estejam bem melhores.
No estágio, ganhei amigos. A L é uma delícia. É amorosa e sinto que também lhe posso ensinar qualquer coisa (do ponto de vista humano, claro). E ela é humilde o suficiente para me dar o prazer de contribuir assim, ao ouvi-la, para os ensinamentos que ela me dá.
Venham mais três.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Coisas

Hoje aprendi uma coisa: não basta ter uma boa ideia, é preciso saber defendê-la.
E descobri uma coisa: "adeqúem" leva acento e é quiçá a palavra mais feia que já vi.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

A propósito,

tendo em conta que eu fiquei a trabalhar na agência, acham que deveria contnuar a escrever no blog?


Quer dizer...eu estou a recibos verdes...


Digam de vossa justiça. =)

A sueca já não serve...

A sério. Há algum clube de tunning geriátrico em Cascais? É que se há, aposto que saem para treinar pela manhã.
Há duas semanas, sensivelmente, vinha eu muito descansada para a agência quando uma velhota resolve que também é giro circular em contra-mão...na minha direcção. Felizmente, eu sei onde está o travão e ela apercebeu-se de que era chato se batesse contra o meu carro.

Hoje de manhã, foi um senhor (vai-se a ver e era o marido) que, descontraidamente curva o volante no sentido da faixa onde eu circulava. Por momentos, pensei que teria de subir o passeio de 20 cm, mas o senhor deve saber ler nos lábios e percebeu o meu momento de suave praguejar. Desviou-se. Quase me fez parar, quase esfregou o mercedes bege no meu rover cinzento. Quase. Mas não.

E se da próxima vez ficarem à lareira a comer umas torradinhas, não? Ou então, se querem ser os reis do tunning lá do lar, então que treinem à noite... ou até na garagem, quem sabe. Pelos vistos jogar à sueca já não é suficientemente aliciante.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Afinal...

Lembram-se de me dizer "Epá, fala baixo...", "Epá, esse tom de voz irrita"?
Pois em dois dias, dois jornalistas já me disseram "Que boa voz!", "Voz linda!".
Claro que eu respondi "Náááá, um dia talvez, depois de muita terapia eheh" e insistiram com um saboroso "A base está lá!!".
Dá vontade de dizer: "E esta hein?". E acrescento-lhe um sorriso.
E com isto tudo já fiz três peças com o meu nome, ainda só passou uma, mas as outras estão a caminho.
A peça paralela que fiz com o meu jornalista destacado "não estava nada má, para o princípio".
E com isto o meu orgulhozinho cresce, mesmo sabendo que ainda falta aprender tanto tanto tanto.

O frio chegou e até sabe bem. Pena não poder usar gorro e barretes na redacção.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

ahAHHH!

Finalmente, estamos no intake. Esta coisa muito gira implica que possamos sair com os repórteres, acompanhá-los quando vão fazer as entrevistas, filmagens e finalmente, quando regressamos ao estúdio, montamos a nossa peça, e ele/a a dele/a e depois mostramos-lhe a nossa. Ele/a critica, sugere. Nós/eu aprendemos.
Ontem foi o primeiro dia. Estivemos até às 13h (sendo que entramos às 08h) sem fazer absolutement nada. Mas como trabalhamos num órgão de comunicação social nunca estamos sem fazer nada efectivamente. Informamo-nos. Por isso, a partir de agora, quando eu disser que me estive a informar, na realidade...
Bem. Lá fui eu com a minha amiguinha/colega de estágio - coisa rara irem duas estagiárias juntas, mas como estávamos há tanto tempo sem nada para fazer, insistimos - para o Tribunal Criminal de Lisboa, cobrir (salvo seja) as alegações finais do processo Casa Pia.
O jornalista fez a peça dela mas achámos por bem deixar de pairar (já devia estar saturado, o pobre!!) e fomos aprender a montar (salvo seja). O dia decorreu com normalidade, às 16h já estava eu a caminho de casa.
Esta manhã, cá estava de novo, às 08h, desejando que o dia fosse um pouco mais interessante. Descobri que tenho um jornalista destacado. E foi a ele que me dirigi. Ensinou-me tudo aquilo que valoriza, tudo o que considera prioritário: aprender a montar antes de cobrir (salvo seja salvo seja salvo seja). Então hoje não devo sair ("não te preocupes se não saíres um, dois, três dias [preocupo-me sim!!!] desde que aprendas isto").
Entretanto ele já viu a minha primeira peça, que demorou uma simpatica hora e meia a fazer. Frases demasiado longas foi o erro principal. Agora, é escolher feeds e voltar a fazer.
Finalmente concretiza-se. Tens de aprender isto e isto, estás a errar isto e isto, repete isto e isto.
Siga.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Mãos Ocupadas + Aranha Gigante = ?

Fobia (do Grego φόβος "medo"), em linguagem comum, é o temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.

Existem três tipos de fobia:

Agorafobia - Medo de estar em lugares públicos concorridos, onde o indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida.

Fobia Social - Medo perante situações em que a pessoa possa estar exposta a observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma situação de humilhação em público.

Fobia Simples - Medo circunscrito diante objectos ou situações concretas.

Dentro da Fobia Simples, há cinco vertentes principais:

Animais; Aspectos do Ambiente Natural; Sangue, Injecções ou Feridas; Situações; Outros Tipos


Ora bem, assuma-se desde já que eu tenho fobia a aranhas - aracnofobia. Não, não é mariquice, até porque eu consigo lidar bem com o confronto com esta criatura, se esta for da largura de uma das minhas pestanas. Mas quando as bixas são maiorzinhas é que é pior...


Depois de um dia de trabalho algo atribulado, graças à notícia do Simulacro de Sismo em Lisboa, cheguei a casa e jantei calmamente. Subi para os meus aposentos carregando umas seis meias dobradas nas mãos. Já tinha a chave da porta na mão quando olho instintivamente para o lado e...

susto • choque • falta de ar • coração acelarado • mãos a suar • inépcia • dispraxia • incapacidade de proferir qualquer som • pensamentos a mil

Estava uma aranhona no corrimão de mármore, castanha, feiosa.
As meias saltaram-me logo das mãos e espalharam-se pelas escadas, entre apanhá-las de forma totalmente dispráxica e tentar abrir a porta em 15 tentativas, deixei de a ver. O horror. Na minha mente apenas restava um pensamento: a voz da minha mãe a dizer "tens de matá-la sozinha, tens de te desenrascar!"

Peguei no insecticida, qual pistoleira do oeste, e fui atrás do monstro. Borrifei tudo: de escadas a plantas nas imediações até às portas num raio de 5 metros. Depois fugi. Não sei se ela morreu ou não, mas espero fervorosamente que sim. Voltei a entrar ainda com o ritmo cardíaco nos píncaros e fechei a porta atrás de mim, dei uma volta ao quarto e borrifei cada cantinho. Incrível o que o medo nos põe a fazer.

Calmamente regressei à minha vidinha e esqueci o sucedido, até esta manhã. Pronta para sair, procurei as chaves, que não havia meio de encontrar. Revi mentalmente os meus passos e foi aí que *Plim* eu sabia onde tinha deixado as chaves. Abri a porta e lá estavam elas, na fechadura: do lado de fora.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Quase

Por aqui, não há cá disso, tempos mortos. Com alegria fiz a minha segunda reportagem. Estou satisfeita por me sentir mais desenvolta na redacção, conhecer mais nomes, saber que pelo menos mais três sabem o meu. Foi muito bom ver XXXXXX (nome) na primeira reportagem. Embora seja "ilegal", visto que não recebo PEVA, estou a assinar reportagens e quanto mais não seja, ocupa espaço no currículo (e no ego).
Já se passaram quase três, num estágio de seis meses. Quando me diziam que passavam tudo muito rápido, nunca imaginei que pudesse ser assim.
Vêem-se muitas caras jovens na redacção. Pelo menos três estão cá há menos de um ano. Não me digam por isso, "que não estão a contratar". Há a possibilidade de se ficar. Há a possibilidade de EU ficar? Não sei. Dúvido. E lamento. Mas continuo a trabalhar com afinco e desejo de constante superação pessoal. Não sei ainda tudo (nem perto) o que preciso de saber, mas sei que posso vingar na indústria. Só preciso de saber mais. E ter aquela estrelinha.
Como diz a música,
"Don't run away,if you know that you've got what it takes. Don't shy away. There will be tears to shed again.Time to begin, and time to end. Baby, and you say I'll be sad,but that depends."
Talvez nem precise de ficar triste.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Limites.

Há-os. E são necessários. Mas por muito que tenhamos a certeza de que nos são muito úteis, queremos sempre ultrapassá-los. Para o bem ou para o mal...
Mesmo em algo tão simples com um jogo de Bubble Trouble, há a tentação irresistível (ma vontade quase inconsciente) de bater o record anterior. E há esperança de cada vez que se recomeça um novo jogo: é outra oportunidade de ultrapassar o ponto mais alto, porque acreditamos sempre que podemos ir mais além.
O que escolhemos conscientemente é a forma como jogamos para atingir os objectivos: podemos jogar com cabeça, fazendo uso da estratégia ou da nossa veia de velhas raposas manhosas, ou jogar simplesmente por jogar. Por impulso. De qualquer maneira há sempre compensações, ora porque aquietamos a nossa mente com a certeza de que tentámos, ora porque o simples e inócuo prazer de jogar é suficiente para nos manter alerta e motivados.

Humpf... tempos mortos na agência.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sorte ou azar

O dia começou mal. Passei a semana com o horário da noite, mas hoje ia entrar bem cedo por isso o despertador estava marcado para as 05h20.
Acordei bem depois de ter tocado, cabelo desgrenhado, corrida no corredor com calças de pijama já a meio das pernas, um verdadeiro desatino. A coordenadora do online é uma verdadeira pérola e não me deu na cabeça; também foi o meu primeiro atraso (a sério) e compensei com muito e empenhado trabalho.
Até que.
Ia morrendo do coração. Recebemos constantemente e-mails com o "mapa geral" ou "mapa da semana" que nos indica quem vai estar, onde, em que semana, na redacção. Os estagiários desaparecem por vezes, nada de grave, e nem era o caso. Lá estava eu, a verde fluorescente, como os restantes. A laranja, nas madrugadas, lá estava eu, naquela semana.
De 20 a 26 de Dezembro. Mudei de cor três vezes, revi o mapa outras tantas, vieram-me lágrimas aos olhos ('tá bem, mariquinhas, eu sei...), pensei no que faço, há anos, com a minha família na tarde de dia 24, na noite, no dia 25, no Natal. E parecia-me ridículo o sacrifício para algo tão pouco garantido como é este estágio, que apesar de estar a gostar muito, porque é o que sempre quis, e tão pouco agradecido também. Recompus-me mas não acatei serenamente a decisão. Mexi-me. Falei com uma estagiária (e acertei à primeira) e ela não se importa. Para ela, não é sacrifício. E troca comigo. Se me sentia a pessoa com mais azar do mundo, esta manhã, algum tempo depois sentia-me verdadeiramente agradecida pela sorte que acabara de ter. Esta é uma pessoa que não se importa de abdicar de estar com a família na noite mais quente (para uns, mais fria para outros) do ano e assim eu vou poder estar. Há realmente pessoas para tudo, mas hoje orgulho-me em dizer que a minha ambição tem limites. Quando receber e me for dado crédito, logo sacrifico o Natal.

Weee (mais um título parvo!)

Primeiro dia sem orientação directa, vamos lá ver como corre... Mais responsabilidade em cima, e a secção com mais trabalho (não necessariamente a mais apetecível - not at all!), mas ao menos agora já tenho um pc só para mim (e que não tem filhos e filhas como screensaver a olhar directamente para mim, wee!).
Enfim, já estou meio atrasada, AHAH, não dá muito jeitinho!
Avizinham-se dias atribulados. Relaxxxx...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

YES!

Agora sim, podem ir buscar a garrafinha de champanhe! =)

Gostaram muito de mim e tal e vou ficar por mais 9 meses, a recibos verdes!!


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mau-feitio gripal

Às vezes irrita-me mesmo este país em que vivo.
Este sábado 120 mil professores uniram-se, comoveram-se, gritaram, ficaram roucos, exigiram a grito uma alteração deste inominável novo estatuto do professor.
O nosso, antes querido, Só-Cretino (leia-se Não-Engenheiro mas Engenhoso-na-mentira, Primeiro Ministro) e a profundamente ridícula (ou simplesmente estúpida) ministra da Educação entendem agora que os sindicatos não estão honrar aquilo que foi "acordado". Lembre-se que o dito "acordo" foi verbal e pode perfeitamente ser quebrado, face a todas as mentiras que os portugueses têm suportado ao longo deste vergonhoso mandato. Sinto-me enojada com o momento político que se vive no nosso país.
A minha vida faz-se de professores hoje, e desde sempre, a começar pela minha querida mãe, também ela prejudicada por estas péssimas decisões economicistas mascaradas de qualquer coisa dificilmente identificável. Na primária, conheci uma força inspiradora, que me motivou, ensinou a crescer, a ser. E em todos os anos que se seguiram ao primeiro de escola, vi rostos entrarem pelas salas de aula, uns mais dedicados que outros, uns mais inesquecíveis que outros, mas nenhum menos competente, nenhum menos significante para a pessoa que sou hoje. É, também a eles, que devemos quem somos e por isso, na próxima Grande Manifestação de professores, sugiro que os alunos a quem todos esses professores tocaram, se juntem a eles e fiquem roucos também.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Confusão.

Hoje fizemos uma excursão involuntária até ao Shopping, quando demos por ela andava mais de metade da agência no dito espaço comercial.
À parte disso, aquando da compra de uma "árvore" de natal para a nossa penthouse, a minha orientadora dividiu o gasto e a designer (que está a substituir o colega que foi operado) disse:
- Ah eu não te vou dar o dinheiro porque não sei se estou cá no Natal...
A minha orientadora aquieceu e eu acrescentei:
- Ah eu também não sei se estou cá no Natal!
Resposta:
- Ah tens que estar porque eu não vou fazer a conta outra vez!
Risos, ambiente informal e ela pergunta:
- Quando é que acaba o teu estágio?
- No fim do mês.
- Já?!
A outra account acrescentou:
- Ai o que é que eu vou fazer da minha vida?!
Entre mais umas palavras e risos, eu disse:
- Ah acaba o meu estágio, mas não quer dizer que não esteja cá no Natal!
Risos e a minha frase caíu em saco roto. Mau sinal.
Passados mais uns minutos, e a propósito da possibilidade da já referida designer ficar até ao Natal, eu disse a brincar:
- Ora e se paguei a árvore tenho que passar cá o Natal!
Mais risos e brincadeira assumida da minha orientadora:
- Vou lá embaixo à (Boss) e digo-lhe olha tens que contratar a (Hariska) porque ela pagou a árvore, e ela responde-me "mas não posso, não preciso de pessoal, não tenho plafon" e eu insisto: não, não estás a perceber, ela já pagou a árvore, tens de a contratar!
Risos e tal... e morreu ali. Agora... NÂO SEI O QUE RAIO HEI-DE PENSAR!

YES, HE COULD!



And yes he did.
O Obamashow pode agora ser visto a partir da Casa Branca, porque ele é o 44º Presidente dos Estados Unidos da América. (Yayy!!)
A jornalista Joana Amado escreveu no Público "Obama é branco e é negro. É do Kansas e é do Quénia. Nasceu no Havai, cresceu na Indonésia, estudou em Los Angeles e Nova Iorque e construiu a sua carreira profissional e política em Chicago. Obama é exótico. Obama é diferente. Obama é uma estrela rock. É sexy. Os americanos ficaram de imediato excitados com o candidato. "Há qualquer coisa de espiritual nele", diz Kris Schultz responsável do site Run Obama, criado em 2006 para "convencer" o senador de 45 anos a candidatar-se à presidência dos Estados Unidos."

Pequeno génio. Só errou por pouco. Obama não é só branco e negro. Obama é vermelho, amarelo, branco. Obama é a esperada mudança. Agora, resta ver.
Folgo em informar também que fui convidada a fazer mais uma peça.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Not me.

Eu não adormeço. Isso não acontece comigo, ponto final. E podem dizer "Ah e tal...isso acontece a toda a gente, não digas que não!" e eu respondo: "Pois é, meus amigos, eu não sou toda a gente!"´

Isto não me acontece, mas... Hoje aconteceu. Acordei às 8h32 e pensei "vou dormir mais meia-horinha..hum!" virei-me e adormeci. Resultado: voltei a acordar às 10h11 sem saber o que tinha acontecido. Levantei-me, vesti-me a correr e às 10h40 já estava na agência. Não foi grave, até porque havia muita gente que ainda não tinha chegado, mas... isto não acontece comigo e vou ter uma longa conversa com o meu despertador.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

oh yeah!

Cansaços e desilusões à parte, a colega disse numa conversa informal à hora de almoço:

"Esta miúda tem um talento enorme!"

Sim, era sobre mim. xD

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Refazer ▪ Reaprender ▪ Reescrever

Tem sido uma semana emotiva. Um colega que foi operado e outra com uns problemas que se arrastam lá pela agência...mas isso são outras novelas.

Hoje foi um dia normal e a minha orientadora disse em conversa que achava que eu, com a idade dela, iria ser como ela - eu tomei isto como um elogio! Por sua vez, ao fim do dia, ao revermos textos apercebi-me de que a nova colega, como jornalista, tem uma perspectiva diferente da escrita e vai ser complicado para mim: aprendi a entrar na escrita publicitária e aparentemente já o fazia com facilidade, mas parece que agora vou ter que reaprender e escrever mais jornalisticamente (logo eu que nunca quis ser jornalista!). Vamos ver como corre.
Apesar de tudo eu gosto muito dela, dei-lhe boleia até ao comboio e tudo, quando saímos. Avisei-a da minha azelhisse, mas correu tudo lindamente e ela ainda me elogiou! =)

YAY!

Ontem foi o dia da montage. Às 17h30, lá fui eu para os calabouços fazer a sonorização da peça. Para meu alívio, foi tudo à primeira, e segundo a coordenadora, ficou óptimo óptimo!! Fiquei com o editor, que domina com mestria, a arte de trabalhar com 5 ou 6 faixas diferentes... Fiquei encantada. Ele acatou os meus pedidos e sugestões e ficou tudo do meu agrado. E está feita a minha primeira peça. Passará em breve, assinada por mim. AH! Orgulho...

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Oi?

E diz que passei à fase da entrevista!!! Até a senhora do call center se riu quando eu pedi pa confirmar que era eu, "jure??". Esperando para ver, e entretanto vai-se fazendo qualquer coisinha pelo orgão municipal...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Adivinhem lá...

São agora 22h30, ainda estou na agência.



Querem adivinhar quem não vai contar o que quer que seja hoje?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

émessiéne

Eu logo disse que o meu estacionamento ontem ia dar pano para mangas: e deu, deu direito a pedra entalada por baixo do carro. Mas sobrevivi.

Hoje tivemos uma notícia má: um colega soube que tinha cancro nos pulmões, mas apesar de tudo encara bem e está animado.

À tarde, num momento de descontracção surgiu a necessidade de recebermos uma foto proveniente do computador da filha (novinha) de uma colega e ela não conseguia enviar. Solução: eu adiccionei-a no MSN, juntaram-se todas à minha volta e foi ali um momento de cavaqueira. Logo de seguida pedem-me para adiccionar o filho, desta feita com uma idade bem mais aproximada da minha... Não faltaram os comentários casamenteiros, seguidos de risadas e bocas relacionadas com a conversa com o rapaz. Mais uns momentos de cavaqueira se seguiram, momentos que sabem bem para desanuviar também...

Ah! E hoje a minha orientadora tropeçou num puff e caiu, mas protegeu a barriga. Desta vez foi susto a sério! Felizmente, ficou tudo bem e fartei-me de sentir a bebé mexer-se!!

Bom fim de semana!

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Ai o caraças.

Foi um dia longo! Cansativo.

Estive a transcrever uma entrevista durante toda a manhã.

À hora de almoço foi-me pedido para tomar conta da cadela de um colega, fiquei com a cachorra que apesar de gira e muito fofa é mimada, eufórica e passa horas em constante correria. Enfim.

A tarde foi preenchida com mais transcrições e, depois do jantar na agência, prossegui com revisões.

Ao fim da noite chego ao local onde habitualmente estaciono, olho à minha volta e vejo que não tenho lugar. Ai o caraças. Os meus queridos vizinhos foram chegando e pondo (sim, porque eles não arrumaram coisíssima nenhuma!) o carro à doida, sem ordem nem rigor.
Depois de 300 voltas à procura de um lugar e 57 tangentes a tentar estacionar noutros lugares, voltei ao lugar habitual. Podem crer que meto aqui o carro, ai meto, C&$%/#S Fv/&& ?$ &u65A!! - pensei. Eu que estaciono sempre com mil cuidados para não entalar ninguém, chego tarde e cansada, e vejo que nem espaço para me poderem entalar deixaram!

As rodas traseiras ficaram com muito pouco apoio, mas isso será pano para mangas a fazer amanhã.

Em nome da moda

Antes de mais, e para os mais distraídos, está UM FRIO DAQUELES. Vão perceber que isto tem tudo a ver com o meu post. Aguardem. Ora bem: frio que está e sendo que entrei às 07:00 de la matina, agasalhei-me bem. Tanto, que até pus um gorrinho muito fofo e muito fashion para me aquecer a caixa-forte. Chegada à redacção não me prontifiquei para tirar o gorro, pelas mais variadas razões, nomeadamente:
Ponto 1. Não se pede a uma senhora para se tirar o chapéu/jorro/lenço/whatever na medida em que são acessórios de moda e não se pede e pronto;
Ponto 2. Está sempre um frio que não se pode cá dentro ao contrário do que seria de esperar. Isto é fresco no verão e gelado no inverno. Simplesmente estúpido.
Como já devem estar a calcular, o que é que me vêem pedir (já eu por acaso tinha tirado o meu belo gorrinho [agora fica bem usar diminutivos, sabe-se lá porquê... crisezinha, ministrozinho, fominha, justiçazinha])? "Olá, querida, bom dia. Olha, cá dentro não podes usar isso ok? Não fica bem..."
E pronto, ódio #2 ao mariquinhas que não é fashionable.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

UooOuuhoOouuUoh!

Vamos lá a ter calminha, pessoas. Em momento algum eu transmiti a informação de que tinha sido convidada a ficar! (isso queria eu!) Portanto pousem a garrafa de champanhe, sim?
Que fique aqui esclarecido que isto foi uma mera conversa, nada de vinculativo! Nem me disseram que havia a possibilidade.

Durante a tarde fiz alguns textos para destaques e a orientadora, ao deixar cair uns CD, soltou um som de ansiedade. Pensámos que ela tinha caído e ficámos todas com o coração nas mãos, a imaginar os perigos que a criança e a mãe podiam estar a correr! Mas felizmente foi só susto!

Ao fim da noite ainda bebi um chá com as primas, adocicado com uma conversa sobre mel e aromas.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Um parágrafo de cada vez

Escrever, rever, reescrever, desfazer e refazer. Tem que ser um parágrafo de cada vez e com uma escolha caprichosa das palavras. E assim fui fazendo ao longo do dia, a ouvir a banda sonora do filme Piano.

Já ao fim da tarde reparei que tinha na minha pasta o mapa de férias, "é para gozarem contigo!" comentaram. E eis que a minha orientadora pergunta, assim como quem não quer a coisa:

- Gostavas de ficar cá?

Ora bem, eu podia ter sido comedida, calma e elegante na resposta. Esqueçam. Em vez disso soltei um som, bem antes de o ter pensado sequer, e que vim a perceber que era a palavra "muito", dita de forma algo entusiasmada.

Obviamente fui logo gozada por uma das colegas, "Ah graxista!", mas a minha orientadora afirmou saber que eu estava a ser honesta!

Muito bem, não fosse o tom acriançado e excitado da minha resposta e eu ficava mesmo feliz por ela ter ficado a saber que quero ficar a trabalhar aqui. Enfim...

Sexiest of them all

Como não tenho postado diariamente acho que tenho de contrariar a minha mania de querer os títulos com os números dos dias úteis de estágio. Por isso, com um pouco de engenho, terei que contornar tal questão e dar títulos menos numéricos. Anyway, tenho uma grande novidade. Estava eu, ontem, muito sossegada a trabalhar quando me chamam na Agenda.

"Queres ir entrevistar os dEUS?", pergunta uma jornalista.

Sim, claro. Quem é que vou acompanhar?
"Ninguém, vais só com o repórter de imagem."
Ah... ok. E agora? Pensei então: o que é que eu sei sobre a banda? Para além de que são isso mesmo, nada. E pelo nome são certamente portugueses. Mas não. Belgas. Ainda assim, google it e a coisa foi-se resolvendo. À hora marcada lá estava eu com o camera. Carreguei o tripé, ouvi o showcase, fui espremida, entalada, empurrada. Finalmente. Duas horas depois do suposto entrevistei um dos três membros originais da banda (mudaram a formação há coisa de 3 anos) e foi tranquilo. Ouvi um belo "portuguese is the sexiest language of them all" e dei por terminada a entrevista porque o cheiro a whisky já me estava a toldar o julgamento.
Foi assim a minha primeira saída. A primeira vez que saí do ocs (neste caso até fui lá ter, mas não interessa), acompanhada de um repórter de imagem, para entrevistar uma banda com pelo menos 50 fãs (sensivelmente os que lá estavam aos gritos).
Hoje recebi a boa nova de que serei eu a fazer a peça. Não sei se o meu texto não será retocado, se a minha edição não será alterada, se a minha voz se vai ouvir. Mas está lá o meu nome. E isso hoje faz valer a semana...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Há qualquer coisa no ar...

Pois é, eu já a pensar que depois de uma sexta-feira negra e de um fim-de-semana colorido não teria nada para contar na segunda...enganei-me!

Depois de almoço, uma colega começa a tossir... "Ai há qualquer coisa que me está a irritar a garganta..." e logo se seguiram concordâncias. NA verdade até eu estava a sentir uma sede excessiva que não sabia explicar. Resultado: evacuação, procura intensiva da fonte de "contaminação" e regresso ao trabalho após conclusão de falta de fonte de contaminação.

AHAHAHAHAH

Enfim, com um bocadinho de sugestão e todas nos vimos aflitas. Acabámos por assumir que era do calor e seguimos em frente.

até amanhã...!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

AH AH AH Parte II

Riso. Do princípio ao fim, intercalado com momentos de paragem cerebral e de concentração no estado (cheio) da minha bexiga.

Bem mas está feito. Não começou muito bem até porque estou enferrujadíssima com cálculos e matemáticas, mas isto inventa-se um bocado e assinala-se uma resposta (provavelmente errada!). Acabou com o Inglês que me dá sempre um gosto especial, principalmente quando é feito através de um gravador do século passado (sendo só uma das maiores empresas informáticas do mundo é realmente irónico).

Éramos cerca de 20 pessoas na sala e, tirando o grupinho do curso, eram basicamente pessoas carrancudas, cansadas, nervosas. Daquelas 20 pessoas hão-de passar poucas que se terão de deparar com uma entrevista de, pelo menos, 2horas.

Se passar logo me preocupo, agora tenho problemas de maior dimensão. E continuamos a rir-nos.

Bom fim-de-semana, pessoas!

Charope azedo.

Sim, as sexta-feiras costumam ser dias de alegria e sei lá mais o quê. Mas a minha não foi, esta não. Apesar de grande parte do dia ter corrido sem sobressaltos, o fim da tarde custou. Obrigado ao papá que mandou mail super-motivador e isto não lhe retira importância alguma.

Não obstante, ao fim da tarde a minha orientadora e a nova colega estiveram a rever os textos que tinha feito e eu juntei-me a elas. E senti-me pequenina, mesquinha até. Erros de palmatória, palavras mal colocadas...etc. E custou. É tão simples quanto isto.
E eu sei que tenho que aceitar críticas (claro!) e ver nisto oportunidades de melhorar. Eu faço isso, aceito tudo com naturalidade e vontade de aprender. Engulo o que for preciso, mordo a língua porque sei que sou "verdinha". Mas não é isso que me faz sentir menos mal comigo própria.

Hoje foi um dia que custou... como engolir charope azedo.

Dia 29

Apercebi-me hoje que isto de colocar os dias aqui em cima não resulta muito bem, porque conto apenas dias úteis o que faz com que no final sinta que não foram bem seis meses de estágio e tal e coiso. Mas como sou um bocado neuróticazinha, agora não me apetece mudar esta rotina de títulos (que sempre foi das coisas que mais me custa escolher), por isso, mal ou bem, assim será.
É com alegria que grito SEXTA-FEIRA!!! Esta foi uma semana terrivelzinha, com as procuras de casa. Primeiro porque fui de Belém até... não sei o nome, mas bem, uns km à frente, de caderno com contactos numa mão, telemóvel na outra, casaco à cintura, e ténis de montanhismo, olhando para os prédios à procura de placas "Aluga-se" ou "Arrenda-se". Zero. Mas...
É com alegria que grito TENHO CASA!!! É verdade, foi desta. Qual não é o meu espanto ao verificar que a resposta estava mesmo na rua do lado (neste caso, na de trás). Um amoroso, pequeno, quentinho, económico (como resultado do 1º adjectivo) t2!!!
Agora sim, posso descansar. Para a semana volto com mais aventuras.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

hip hip hip

Foi um dia normal. Textos, headlines e quê. Nada demais.

Voltámos a ouvir os Abba na BSO do Mamma Mia e apercebi-me que eles até nem são nada repetitivos nos nomes das canções, senão vejamos:

♪ Honey, Honey
♪ Money, Money, Money
♪ Gimme! Gimme! Gimme!
♪ I Do, I Do, I Do, I Do, I Do
♪ On And On And On
♪ Ring Ring

Acho que nem há muito a comentar...

Posto isto, dei conta do rumo que os meus trabalhos vão acabar por tomar: cada vez mais jornalísticos. Ironia do caraças, porque eu era aquela pessoa que sempre rejeitou a perpectiva de vir a ser jornalista. E agora até acreditação(cartãozinho a dizer press) tenho. Mas pronto não ha-de ser nada de grave e confio que haja sempre trabalho publicitário.

Ao fim da tarde fizemos um brainstorming sobre a exclusividade, como tema para a próxima edição da revista de um dos nossos clientes, e depois de jantar tive um gigante ataque de soluços. E posso garantir: não é nada fácil manter uma conversa com soluços regulares, muito menos ao telefone.
Enfim. Sobrevivi e agora vou dormir, até amanhã!

AH AH AH

Quando pensava que já tinha tudo decidido na minha cabeça surge mais um daqueles telefonemas matutinos a dar-me a volta. "Está disponível para passar cá amanhã?" ("Oh filho, estou completamente disponível para entrar DE NOVO em parafuso" - aliás a melhor expressão para caracterizar o meu estado psíquico).
Amanhã tenho de provar que sou uma pessoa sã, lá me vão medir sob variados padrões enquanto eu tento ser coesa. Bem, a minha opção é mesmo fazer aquilo na desportiva, mesmo que seja das melhores oportunidades na área.
Juro que só me apetece rir de todas estas situações. E há melhor remédio? xD

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Hidden Tracks

Hoje ouviu-se a banda sonora do filme Mamma mia lá na penthouse. E foi numa das músicas que descobri uma coisa, até comum, mas que me chateia um bocadinho.
Ora vejamos: normalmente lemos o nome das músicas e ficamos tentados a ouvi-las ou com uma ideia do assunto que estas tratam. Para mim é para isto que servem os nomes das músicas: levar as pessoas a ouvi-las, efectivamente. Nada mais. Mas desconfio que há conspirações escondidas nestas denominações.
Pessoalmente, não me importo com spoilers e costumos interiorizá-los como teasers e não suspresas estragadas. E nas músicas existem as músicas escondidas, normalmente assinaladas no próprio nome da música! E eu pergunto:

Porque raio existem as chamadas
HIDDEN TRACKS?

Para quem não conhece este fenómeno, eu explico: as hidden tracks são músicas inseridas na faixa de outra música, que começam a tocar aproximadamente 1 min depois da outra música ter acabado. Resultado: ficas um minuto em silêncio à espera da super misteriosa hidden track! Que muitas vezes não tem nada do outro mundo, é só mais uma. Portanto, quem me quiser explicar a funcionalidade destas músicas: be my guest.

Enfim, isto num dia em que num texto que chegou para ser trabalhado versava a seguinte frase: "Não deixe levantar fervura, depois de desfiado leve ao lume e deixe levantar fervura..." E agora?

Pois é, eu optei por deixar levantar! Vamos lá ver...

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Dia 26

Hoje fiz o horário das 07h. Foi excelente. Era a única estagiária, a boss do Online ia-me enviando tudo e nada teve a apontar. Escrevi que me fartei. Certo é que muita coisa é adaptar da Lusa, mas ainda assim, fazer dezenas e dezenas de notícias, trabalhar com photoshop, clipedit (por muito básicos que sejam) dá uma estaleca à qual não nos habitamos na faculdade. Ante-título, Título, Lead, Notícia, é um gozo fazer tudo isso. Para além disso, a minha cabeça tem estado, naturalmente, ocupada com a questão da casa. Hoje fui ver com a minha irmã uma casa perto do estágio para a qual estava inclinada. Descubri afinal que é um convento. Para além de não podermos furar a parede (nada nadinha nicles batatóides pendurado, colado nas paredes), o senhorio mora na porta ao lado, aparece por vezes lá em casa ("-Mas avisa antecipadamente?" "-Sim, sim, claro, toco à campainha"). De todas, faltava a mais absurda. Namorados? Podem cá passar a noite. MAS com aviso prévio e pagamento de 7,5€ por noite de estadia. Ora, diz que não quero pagar para viver subjugada às ordens de um tetravô. Próxima.

1ª tentativa

Não, a sério, ponha o dedo no ar quem esperava que eu conseguisse à primeira... Acho que nem eu...
.
Demoro a adaptar-me às pessoas e aos locais, e nesta primeira tentativa de estágio (chamemos-lhe assim) apanhei uma empresa em mudança, cheia de tensões internas, onde considerei que o que me propunham não me preenchia em termos de novos conhecimentos. E é provável que seja também culpa minha por não me ter perguntado se me encaixava ali.
Serviu ao menos para ver como funciona a dinâmica empresarial, e ver também como se gerem os já referidos ódios de estimação (uiiii e como as recepcionistas/vigilantes/secretárias têm acesso a toda a informação e sabem tudo). Foi uma estadia curta, onde aprendi muito pouco em termos concretos mas que me serviu para iniciar nesta vida adulta de trabalhadora, e perceber que ATÉ sou pontual (yey!). Decidi partir para outra, continuar a tentar procurar algo que me preencha mais, mesmo sabendo que é difícil. Nem todos nos podemos dar ao luxo de trabalhar onde gostamos, mas hei-de chegar lá (hey sonhar nunca me custou muito...).
Situações engraçadas não tive muitas, umas quantas private jokes e quê, uns stresses para arranjar pessoas à última da hora que às 17h da tarde atendiam o telemóvel com uma indiscritível voz de sono (como os compreendo!).
Bem, resultado: voltei ao turbilhão das entrevistas, ao stress de não saber se devo escolher pela remuneração, pelo currículo, pelo gosto pessoal, pelo local, pelo sei lá eu o quê. Isto de não se saber o que se quer fazer do futuro é tramado, não posso responder à pergunta "o que te imaginas a fazer nos próximos 5anos?". Aguardam-se mais notícias e mais stresses.

Já viram a lua?

A lua hoje está linda! Mas vamos ao que interessa (ou não)...!

Ontem à tarde a máquina de café avariou, resultado: hoje de manhã foi o pânico. "O quê? Não há café? Não pode ser, eu preciso de café!" e entre gargalhadas quase forçadas ouvia-se "Epah não dá, a agência tem que fechar!" E eis que alguém se lembra: "Espera lá, no editorial [sotão/penthouse se faz favor!] há uma máquina de café!" e era ver as excurssões ao café! Passada a café crisis, o dia de trabalho foi relativamente sossegado.

Esqueci-me do almoço em casa e fui almoçar a um bar na praia com uma colega, é absolutamente fantástico trabalhar perto do mar. Depois a tarde foi puxada mas passou-se bem. Eram já as suas 17h15 quando descubro um grupo musical meu conhecido no público do itunes da empresa: Wordsong...er, eu já vi um concerto e...bem, foi uma noite e tanto: é o que tenho a dizer, mas lembrei-me desses momentos e não pude evitar sorrir!

Descobri hoje também, que é fantástico rir: gargalhar mesmo. Com direito a lágrimas e a quase nos engasgarmos. Estava já a terminar o último texto do dia, era sobre ecologia e uma das sugestões era "utilize velas para a iluminação de natal - reduz o consumo energético" e eu resolvi fazer a piadinha, li em voz alta: "utilize velas para a iluminação de natal e pegue fogo ao seu restaurante, reduz o consumo energético e aumenta o trabalho aos bombeiros!" mal eu sabia o cataclismo que isto iria provocar. Isto levou a mais piadas e a suposições de situações parvas que pura e simplesmente fazem rir. E não acreditem quando vos disserem que o riso não é contagiante: é e muito! Mas soube bem ficar cansada assim.

E apesar de tudo, hoje saí cedo! Amanhã já há trabalho à espera, mas nada de grave, pode esperar!

E já viram a lua?

Dia 26

E nada como ver um miúdo com a minha idade, deitado em posição fetal, no frio chão do Cais do Sodré, quando pouco passam das 06 da manhã, para relativizar bastante os meus problemas em encontrar nova casa para morar.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Dia 25

Caros leitores e amigos, peço desculpa pela minha ausência tendo certeza, contudo, que me desculparão. Perante adversidades da vida vi-me "obrigada" a procurar um novo lar (fartei-me de dar dinheiro ao meu senhorio idiota) e procuro agora novo local onde me estabelecer. Como imaginam, encontrar casa em Lisboa, a preços razoáveis, sem que pingas das primeiras chuvas invernosas me caiam na testa, não é nada fácil. E é assim que tenho passado os meus dias, entre telefonemas e visitas a lares alheios. Para além disso estou a aprender aqui o online e embora não seja difícil, é um pouco mais metódico e jornalístico que a agenda, logo, demora um pouco mais a habituar. Mas está a correr bem, não se preocupem. Por agora, estou offline.

Aqui na rádio

Finalmente cheguei! Sem grandes interlúdios, digo-vos que, a partir de agora, estou aqui para vos contar alguns dos episódios que tenho vivido enquanto (digno) estagiário, aqui pela rádio.
Começo por este: era sábado e corria-se a quarta etapa da Volta e Portugal em Bicicleta, com chegada à Torre, na Serra da Estrela. A tirada foi ganha por Rui Sousa, da equipa Liberty. Ora, aqui o vosso amigo, que até não é completamente ignorante no assunto, e sabendo perfeitamente de que equipa se tratava, fez na sua mente uma pequena confusão.
Ao escrever o texto para ser dado no noticiário, misturei a Liberty com a LA, equipa que nem sequer entrou na competição, devido a casos de dopping, como alguns se devem recordar. Este equívoco foi gerado porque, em tempos, as duas equipas eram uma só, isto é, a LA Liberty, precisamente o nome que incluí no dito texto.
Ora, como o jornalismo se quer rigoroso, digamos que, até ao fim do meu horário desse dia, fui "brutalmente" gozado pelo próprio editor. A partir desse dia, e até hoje, esse mesmo editor trata-me por "LA Liberty" e não pelo meu nome de baptismo.
Mas como eu não sou de me ficar, poucos dias depois, na última etapa da prova, apanhei-o no noticiário da 1h da manhã a pronunciar incorrectamente o nome do vencedor da volta, o espanhol David Blanco. Pois que o meu caro colega pronunciou o nome à inglesa, qualquer coisa como "Deivid Blanco", sabendo que o senhor é "nuestro hermano".
Pois que, nos dias de hoje, todos os nossos diálogos começam com a seguinte troca de saudações:
- Então, LA Liberty, tás bom?
- Ora viva, meu caro "Deivid" Blanco!
E com esta me fico por hoje. Volto daqui uns tempos. Um abraço e... TOCA A TRABALHAR!.

Síndrome de Segunda de Manhã.

"Olá, Bom dia! Esse Fim de semana?" - Pergunto eu ingenuamente.

"Foi curto." - É a resposta curta que recebo.


E a cena repete-se. Desconfio que a gravidade é maior às segundas de manhã, parece que é difícil para todos segurar os lábios num sorriso. E eu não sou imune, atenção. Compreendo perfeitamente que depois do fim-de-semana, seja ele calmo ou animado, custe voltar à rotina, a mim também me custa..naturalmente. Mas acho que, passado o trauma que parece ser o tamanho dos fins-de-semana, podemos todos sobreviver e encarar o dia com um sorriso e apenas e só como 12 horas de actividade(sim, 12 ou mais), sejam elas de trabalho ou lazer.


Ainda dizem que o tamanho não importa!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Das 10 às 10.

Saí da agência às 22h.


E está tudo dito.

All alone

Vou passar a manhã sozinha no sotão. O resto do pessoal foi a uma reunião na sede do cliente e eu fiquei abandonada...

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Nada de grave

Acordei mal disposta. Níveis de estrogénio baixinhos. Cumpri a rotina diária, e saí de casa às 9h40. O caminho foi relativamente calmo, não fosse o C&8%$# do velhote que veio com a carripana colada à minha traseira durante todo o trajecto. Detesto que se encostem. Mas nada de grave.
Cheguei e nem consegui tomar logo o pequeno almoço, comecei a fazer o que tinha a fazer e ao longo do dia a má disposição foi desaparecendo. Mas à tarde reparei que andava esquecida, perguntei 1001 vezes à account se lhe tinha passado os textos. And then again, I blame estrogénio.
Ao fim do dia comecei a irritar-me de novo. O meu word passou-se e tive que reescrever um texto inteiro! Mudei de computador para evitar mais perdas e eis que....

tchan tchan tchan tchan...

tchan tchan tchan tchan...

o word bloqueia também! Nada de grave, consegui guardar o documento. Entretanto estive à espera da minha orientadora durante uma hora. E depois dos dois words, o meu chat "crashou" e a minha net foi-se abaixo. Isto até pode ser tudo normal, mas depois de ouvir o meu chuveiro misteriosamente a abrir-se e fechar-se sozinho, ontem à noite, começo a achar que crio à minha volta um campo magnético negativo...

Das 19h00 às 21h30 foi um não acabar de embrulhos e fotografias para que as artes-finais saiam amanhã. Cheguei a casa meia-morta e já perto das 22h. Pego nos talheres e noto que, sem me aperceber, tinha partido duas unhas. Respiro fundo. Nada de grave. Enquanto me preparava para entrar no duche pensei "O que é que faltará acontecer-me hoje?" e obtive resposta no minuto seguinte: escorreguei ao entrar para o polibã e, não fossem os meus reflexos e a torneira, tinha-me estatelado. Nada de grave.

Passado o susto tomei o banho descansada e agora nos fundilhos do dia, tenho pelo menos uma certeza: a menos que caia da cama durante a noite, vou dormir bem - estou exausta.

Dia 22 (Como é possível...)

...que me tenha esquecido de dizer - preparem os babetes - que eu e a estagiária nº 2, amiga e colega M - chamemos-lhe assim - fomos eleitas pela Agenda "Estagiárias do Ano!!!"
Sem menosprezar o trabalho pouco jornalístico, foi com um sorriso nos lábios que o encarámos diariamente, sem uma palavra rude mesmo quando o Sr. me falou da sua circuncisão que correu mal, ou da Srª. que teve fezes a circular por todo o corpo (???) porque um médico lhe rompeu o útero e intestinos ao retirar o DIU - acho que vou avançar com um projecto de Match Maker e começo já por estes dois -. Estou certa que aquele pequeno grupo será o melhor com quem trabalharei no meu ocs e fizeram-me valer o mês. Agora, sem estes fantásticos telefonemas, as minhas contribuições ficarão certamente menos coloridas, mas não percam o próximo episódio, porque nós, também não - amanhã mais uma vez a partir das 07 da manhã -.

Dia 22 (Parte E não é que...)

... a moça teve mesmo um acidente? Um carro veio chocar - brutalmente, vá - com o delas, e o outro condutor estava inconsciente então aquilo foi um bocado feio, mas não muito grave. O que é bom por mais do que um motivo, nomeadamente por a ter odiado um pouco naquelas duas horas e meia em que não fiz um bacalhau, como dizia uma das minhas amadas bosses da Agenda.
O Online não parece mau, os trabalhos são razoáveis, escrevemos para o site, pomos os vídeos, etc; envolve escrita - finalmente - e edição em vídeo - finalmente. Não fosse as bosses serem pouco simpáticas, até se estava bem. Mas pronto, vamos todos desejar que só seja assim no início, afinal de contas, foi só o primeiro dia da segunda etapa.

Dia 22 (parte "Evitar pensar")

São já 09 horas e qualquer coisa e estou agora a evitar pensar que estou há duas horas a ver páginas da internet, sites de jornais e ocs. Estão cá já três colaboradoras do Online. Não são elas que têm de me auxiliar, no entanto fiz a minha parte: "-Desculpem, será que posso ir para aí e para ir vendo como vocês trabalham, ou não dá jeito?". "-Vou-te ser sincera, a mim incomoda-me um bocadinho, agora por exemplo, estou a escrever no word, mas abre o backoffice do site, apesar de não conseguires perceber muito sem alguém para te explicar, mas desculpa lá, estamos um pouco atrapalhadas a esta hora, a fazer as actualizações".
"Eu compreendo", digo. E resigno-me. Vou lendo notícias e odiando cada vez mais a estúpida que deveria ter chegado às 07. Já tentei ligar e tem o telemóvel desligado. É bom que lhe tenha acontecido algo muito mau, caso contrário nada justifica a sua ausência. Mas como disse, evito pensar e centro-me em problemas maiores que a minha pessoa, e chamo-vos à atenção para a seguinte notícia de hoje. «Um alegado desentendimento entre vizinhos estará na origem de um tiroteio ocorrido terça-feira à noite em Grijó, Gaia, do qual resultaram dois mortos, um ferido grave e três ligeiros. Fonte dos Bombeiros Voluntários dos Carvalho disse hoje à Lusa que um homem armado desatou aos tiros, atingindo quem se cruzasse com ele. A primeira vítima mortal será um vizinho que foi atingido quando se encontrava na porta de sua casa. Um outro cidadão que tentou auxiliar a primeira vítima foi também atingida mortalmente pelo mesmo indivíduo. De acordo com os bombeiros dos Carvalhos, "o homem disparava contra quem lhe aparecesse à frente" acabando por tentar o suicídio. "O ferido grave é o autor dos disparos, que tentou suicidar-se com um tiro na face", acrescentou a fonte.»
Para além da escalada de violência a temos vindo a assistir, é indignante que "um cidadão" - que eu pressuponho que seja alguém que não tem nada a ver com o assunto -, morra assim.
E perante esta minha fantástica constatação prevejo um futuro negro para a Humanidade.

Dia 22

São 07h15 e estão 11 pessoas na redacção. Eu, que mudei hoje para o Online, foi-me pedido que cá estivesse às 07h, pois é esse um dos horários da secção. E destas 11 pessoas - que me incluem - quem é que está aqui para me ensinar? Ninguém.
Para quem não percebeu, eu explico melhor. De 11 - que me incluem - estão 0 pessoas para me ensinar. Nicles, peva, népia de pessoas. E quando eu acordo ainda o ponteiro pequeno aponta para o número 5, e me arrasto da cama, e tomo banho, visto-me, penteio-me, como, tudo exemplarmente de olhos fechados, não me agrada chegar aqui e não ter uma pessoínha que me ensine. Note-se que quem aqui deveria estar seria a estagiária desta secção, que me deveria passar o testemunho, explicando-me as coisas para depois poder avançar para a próxima secção. Nota do online às sete e pouco da manhã, do primeiro dia? Igual ao número de pessoas que aqui estão para me ensinar. 0.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

À terceira.

Dia relativamente cheio. E quando pensei que estava a fazer algo bem...descobri que afinal nem estava. Num determinado artigo tive dúvidas, questionei. Achei-me esclarecida e fiz.
A copy revisora questionou-me e percebeu que não me tinha sido dada toda a informação pelo account, por isso acrescentou mais alguma. Pensei que sim, que dessa era de vez. Mas não.
Só aquando de um terceiro artigo e de uma segunda revisão percebi que não estava mesmo a perceber a coisa: e depois explicaram-me. A orientadora descansou-me: isto acontece e o account é que tem de ser preocupar em contextualizar-te um bocadinho melhor, esquecem-se que só cá estás há dois meses!
Nada de grave, mas não foi confortável.

De resto passei o dia a ver a minha cara (e do resto dos acreditados - mas com isso posso eu bem!) enorme no computador do designer, por causa do cartão do qual já falei, e medo do meu sorriso de tresloucada!

Mas pronto, são 20h30 e acho que já horinha de ir para casa, até porque estou esfomeada!

Dia 21

Ontem foi um dia agradável. Tanto que quando tive boleia para casa e mimos, até me esqueci que foi dia de estágio e podia ter algo para contar.
A novidade do dia teve de ser que recebemos novas estagiárias. São ok, não me lembro de ter demorado tanto a aprender, mas é provável que tenha sido assim também. Hoje continuaram a errar bastante, parecem-me um bocado menos empenhadas que nós no início, tanto medo que tínhamos de errar.
Hoje foi por isso o último dia na Agenda. Está a custar. Foi um excelente começo, com pessoas amorosas que nos iniciaram nestas andanças (por vezes pouco) jornalísticas. Mas é altura de seguir em frente. Desta vez, passarei sensivelmente um mês na edição online. Novo desafio. Especialmente porque começo às 7h, o que faz com que tenha de acordar amanhã perto das 05h30. Na próxima semana, ficarei pela redacção até às 24h, mas na outra o horário já se altera novamente. A sorte é que andamos sempre a passar de uns locais para outros, com horários diferentes dos anteriores. Talvez assim seja a única maneira de evitar criar laços, de evitar querer tanto ficar.
Aqui para nós, comigo não resulta.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A primeira vez

Foi hoje. Pela primeira vez conduzi sozinha! Até gostava de ter incidentes giros e pitorescos para contar, mas não, correu tudo bem! =)

Depois de almoço o boss tirou-nos fotos tipo passe (lá na agência), a mim, à minha orientadora, à nova colega do nosso grupo e ao assistente da boss (porque a boss fugiu!) para um cartão de acreditação jornalística. Foi uma risada pegada! Entre comentários como "Assim toda despenteada?" e "mas ele é tão feio!" eu safei-me com um leve "ui que esta dava modelo!" mas nem tive direito a escolher a minha foto. Vamos é ver como é que fica depois!

De resto tudo calmo (tirando a horrível dor de costas e a reminiscente dor no pé que torci) e nada a acrescentar. Até porque estou demasiado cansada para isso...

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Meio da Estrada

Pois é.

Depois de um sonho sangrento, chegou a sexta-feira. Aquela sexta-feira. Em que eu levaria, pela primeira vez, o carro para o trabalho. Nos primeiros 3 minutos correu tudo muito bem, mas depois veio um cruzamento. E o fatídico arranque-seguido-de-travagem-brusca-por-causa-de-um-caramelo-que-vinha-a-abrir que culminou no momento em que deixei o carro ir abaixo no meio da estrada. Oh yeah! Eu para dar barraca, tem que ser à séria.

Tirando isto não foi mau, acelerei um bocadinho o ritmo cardíaco ao meu pai, mas foi gerível. Ele acabou por conhecer a agência e tudo, a convite da minha orientadora que tinha acabado de chegar.

O resto do dia foi um não acabar de folhetos e sons de loja, mas até correu mais ou menos. Depois voltei a trazer o carro para casa e não matei ninguém, não é fixe?

Bom fim de semana!

Dia 19 (parte sensata e ainda cómica)

Recebemos agora a notícia de que alguns membros da comunidade cigana em Portimão estão a vender os computadores Magalhães entregues aos filhos. Isto sim, é gestão de recursos. O Estado não apoia, eles resolvem.

Dia 19

É oficial.
Agendar: Ódio #1
O meu ocs recebe estagiários. Para ser mais precisa, cerca de 20 por ano. Mas não existem 20 computadores a mais, nem 20 telefones a mais, nem 20 secretárias e respeitante cadeira a mais. Logo, os estagiários ocupam os locais que não estão ocupados no momento em que precisam dele.
E assim foi. Lá me sentei. Quando a jornalista chegou, de imediato me prontifiquei a sair, estive lá não mais que 3 minutos - e pouco mais de 30 segundos desde que ela anunciou a sua chegada - e qual não é o meu espanto quando se dirige a mim e diz, altiva mas com um sorriso cínico, como que condescendente, "Podes levar a cadeira, não gosto de assentos quentes".
Bela asneira que eu dizia agora. Fica a constatação que há mesmo gente estúpida em todas as profissões.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Folhetos

Ai, não gosto nada de fazer folhetos. 1001 mecânicas de descontos manhosas. "Fantásticos Prémios, Maravilhosos Descontos!" Para mim, maravilhosos são os dias em que não tenho de escrever 330 parágrafos sobre produtos e áreas de frescos com fantásticas acções promocionais. O que vale é que é tudo fantástico!

E o que mais me chateia é que por cada descontinho existem mais 20 000 lagartixas (notas de rodapé) de letrinhas minúsculas e que têm por objectivo explicar o aparentemente fantástico desconto. Na verdade, os descontos até são bons e, para o sector que é, são porreirinhos. Mas raios os partam que me dão cabo da moleirinha.


Tenho dito.

Dia 18

Lembram-se da história dos cavalos desaparecidos? Consta que são lutas famíliares. Ao que parece foi a própria filha que levou os cavalos ah ah ah. A parte com menos piada é que até poderia processar o meu ocs mas parece que não o vai fazer. Vá lá.
Ontem fiz a minha boa acção do dia. Acho que não vos falei, mas a praxe de medicina este ano envolveu uma acção de recolha de sangue para o Banco de Dadores de Medúla Óssea.
Quando ontem à tarde dois caloirinhos me abordaram, já sabia o que pretendiam. E lá fui. Dei sangue, e agora faço parte do banco de dadores (se o meu sangue for alguma coisa de jeito). E se for compatível com alguém, um dia destes posso salvar uma vida. Não é o máximo?

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O Monstro Vai à Praia

Hoje foi um dia ligeiramente stressante. Foi ver trabalhos a caírem-me no colo, non-stop!
De manhã fiz coisas pequenas e fui gerindo bem, antes de almoço passaram-me o briefing mais complexo mas depois de uma prainha à hora de almoço tudo me pareceu mais fácil. Sim, leram bem, eu fui à praia depois de almoçar e ainda dei um valente mergulho!

No entanto, a minha orientadora disse que eu estava stressada - só porque pedi à account que me definisse prioridades e atalhasse na informação desnecessária para mim: "Estou a criar um monstro!" disse ela com um sorriso, "Parecias mesmo eu a falar!" E pronto. Eu achei por bem tomar isto como um elogio.

By the way, o mar estava maravilhoso! =D

À tarde empenhei-me no que tinha para fazer e, perto das 16h, fui requisitada para fazer um copy que geralmente é da responsabilidade da boss e do novo assistente. Fixe - pensei - querem ver como eu agarro o touro pelos cornos e ainda o consigo montar? Por acaso correu bem, era uma coisa simples e deu-me gozo. A account elogiou "está um copy de primeira classe, eu já embarquei nele!" YAY!

Ah..! E lembram-se daquela ideia que me permitiu brilhar, depois do copy que não foi aprovado? O cliente adorou-a!

Por fim, resta-me informar que temos uma nova pessoa lá no sotão e tem um computador muito mais à frente do que o meu... *Snif*

E já vos disse que na praia se estava mesmo bem?

Dia 17

Hoje entusiasmei-me. Quis lançar-me ao desafio. Assinar uma reportagem. AH!!!! Frustração.
Recebi uma chamada de um recluso de um estabelecimento prisional. Preso por furto, estava a denunciar violência da parte dos chefes para com um outro irmão que estava no ep com ele e que posteriormente foi transferido para local incerto. Até aqui, nada de especial. Toda a gente sabe que eles apanham dos guardas, muitos devem supor que isso faz parte do sistema correctivo, não é correcto, mas também não é notícia. Mas curiosa que sou, tive de lhe perguntar mais sobre aquela história. Soube que são quatro irmãos, com idades compreendidas entre os 21 e os 26 e estão todos presos. Um preso por homicídio, os restantes três por furto. O pai e a mãe já morreram. Apaixonei-me pelo caso, fez-me lembrar o lado inverso do Resgate do Soldado Ryan. Receio é que destes, o Ryan já não tenha salvação possível.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Histórias

Hoje o dia foi normal, algum trabalho, nada muito fora do comum, nem desafiante por aí além.
Surgiu em conversa a possibilidade de uma colega de trabalho vir a dar aulas de surf a mim e a outra colega nas horas de almoço. Diverti-me imenso com a imagem da minha pessoa em cima de uma prancha no mar do Guincho, mas confesso que gostava de experimentar e espero que a ideia seja concretizada!

Ao longo do dia fiz alguns textinhos sobre livros e, enquanto os fazia, apercebi-me: a vida é feita de histórias, filmes, contos e anedotas. Longas ou curtas-metragens que vamos projectando noutras vidas. E entre uma Lírica de Camões e o último romance de José Rodrigues dos Santos, apercebo-me de que estou simplesmente a fazer com que essas histórias venham a fazer parte de outras, mais reais e mais vivas, não menos especiais, não menos únicas. O meu desejo é que de alguma forma estas fiquem mais ricas. A minha fica com certeza.

Dia 16 (parte urgência)

Recebi agora uma chamada por causa de um incêndio de um prédio em Chelas. Em princípio todo o edifício está tomado pois 1º e 2º andar já estão consumidos e embora estejam presentes duas corporações, não parecem ter grande hipótese. Foi a primeira vez que recebi uma ocorrência, falei com as entidades, participei às chefias e enviei a informação. Yes.

Dia 16

Ontem foi tal o meu estado de cansaço estagiário que adormeci antes de poder postar o relatório do dia. Por isso, e resumindo, em Portugal passa-se o seguinte: foram roubados 3 cavalos numa Quinta no valor de cerca de 80 mil € cada um. Eram puro sangue lusitano, campeões, garanhões, essas coisas todas. Um Sr. ligou também para noticiar que foi activado o posto de transformação da EDP mesmo por baixo de sua casa. A Royal pensa intervir porque a casa do Sr. treme agora mais do que as suas gelatinas (!) - óbvio gozo. Realizam-se amanhã quase 10 greves!!!!! Transportes Rodoviários, Ferroviários, Soflusa, Funcionários da Educação Especial, Saúde, Segurança Social e IPSS's para além das jornadas de luta e múltiplos plenários a realizar Portugal fora. Para além da reportagem por mim sugerida e que saiu no sábado, está a ser lançada mais uma reportagem sugerida por mim. Verdade é que me limito a avançar contactos, e toda a informação que tenho sobre as coisas. Não assino, não saio, não escrevo nada, tão pouco consto da lista de agradecimentos. Mas, como já disse, não consigo deixar de me sentir orgulhosa. Com um pouco de sorte, fico conhecida como a estagiária que tem contactos de coisas e pessoas giras...
Estamos quase a ser transferidas de serviço, e apesar deste ser excelente, mal posso esperar para avançar. Neste momento só avançaria para a cama porque acho que estou a ficar com gripe.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Segunda outra vez!

Depois de um aniversário peculiar e de um fim de semana cansativo, voltei em força ao trabalho.

Os colegas ofereceram-me um saquinho com letras em chocolate e uma caixa com maquilhagem, fomos almoçar todos juntos e foi super animado! Depois jantar com amigos e no dia seguinte mais um lanche ajantarado com mais amigos e amigas. =) No domingo, baptizado, e quando dei por ela, era segunda outra vez!

Passei a manhã toda a organizar artigos em dossiês e depois a fazer textinhos para brinquedos e livros. Agora estou a pensar sair às 19h00 e amanhã acabar o que ainda tenho em espera - o timing não é apertado, posso fazer as coisas com calma.

Por isso, até amanhã!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

(Dia 15 parte reivindicativa)

PREÇOS DOS COMBUSTÍVEIS: ASSIM NÃO!
SÁBADO 27: NÃO SE ESQUEÇA, NÃO ABASTEÇA!

Dia 15

Hoje arrisquei. Fui de uma rebeldia atroz que muito me poderia ter custado.
O dia estava para se ser rebelde.O autocarro 1 apareceu mal cheguei à paragem, o autocarro 2 atrasou-se. O mundo hoje conspirou para que eu pudesse dormir mais deliciosos 15 minutos. Obrigado Mundo, uma estagiária precisa.
Acabada a preguicite, chegou a hora de trabalhar. Ameaça de bomba numa escola, GNR presente e os alunos fechados nas salas de aula desde as 8h30, sem poder sair. Certo é que provavelmente é uma brincadeira de crianças que não queriam ter aulas, muito comum no regresso às aulas e provavelmente mais comum ainda depois da série televisiva de maior... sucesso, vá, em Portugal ter emitido há poucos dias um episódio com uma ameaça de bomba na escola feita por um aluno. Mas mesmo assim, brincadeira ou não, não custava muito tê-los posto fora do edifício.
Um Sr. está a levar a cabo uma greve de fome desde o dia 21 do presente mês para que alguém noticie as suas reivindicações relativamente à falta de recursos que enfrente, aos maus-tratos que alega ter sofrido na Stª Casa da Misericórdia.
Não está a ser comercializado/produzido em laboratório o único medicamento para a Miastenia Gravis, uma doença crónica de foro neurológico (similar a esclerose múltipla) que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos voluntários. A fraqueza é causada por um defeito na transmissão dos impulsos dos nervos para os músculos, e pode ameaçar a vida quando a fraqueza atinge os músculos da deglutição e da respiração. Isto é vergonhoso e espero que alguém pegue nisto rapidamente. Eu sei que fiz muita força para que assim fosse, vamos ver.
Tenho um apelo, dúvido que façamos a cobertura disto. Dois professores vivem um momento angustiante. À Ana foi diagnosticado um Cancro no Sangue (linfoma não Hodgkins das Células T) e o marido está a organizar um concerto de beneficiência para ajudar a sua causa pois teve que pagar tratamentos caríssimos que o Estado devia suportar. Realiza-se a 25 de Outubro às 21 Horas, em Vendas de Azeitão - no Grupo Musical e Desportivo União e Progresso -. Mais informações em http://www.oficinamusicaluniaoeprogresso.blogspot.com/
E porque não quero que este blog seja o mais deprimente (embora real) de sempre informo-vos que o meu predilectíssimo Miguel Carvalho, repórter da Visão, foi o vencedor do prémio Literário Orlando Gonçalves 2008 (modalidade de jornalismo) com a reportagem Geração Sextasy, publicada na revista Visão de 29 de Março de 2007. Um idealista da profissão que muitos deveria inspirar.
Com o melhor que se pode fazer por hoje, um bom fim-de-semana a todos.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

A culpa é dos clientes...

Hoje senti um pontapé na barriga e estive enjoada. Não, não estou grávida. A minha orientadora é que está e senti um pontapé na barriga dela! O estar enjoada foi por ter emborcado o copo de leite sofregamente logo de manhã.

Lembram-se do trabalho desafiante? Pois. O copy não foi aprovado pelo cliente. No big deal, arranjam-se soluções.
Entretanto surgiu um outro trabalho no qual brilhei pela ideia inovadora que tive... foi gratificante!Vamos é ver se esta também morre na praia....

Dia 14

Entrar ao meio-dia implica:

Chegar e ter a caixa cheia de e-mails não lidos (i.e., 500/600) da noite anterior e dessa manhã;
Aterrar num dia já meio agendado, com n confirmações por fazer sem saber no que já se pegou;
Ser a última a almoçar porque fomos a última a chegar;
Ser a última a sair porque fomos a última a chegar...
Hoje conversei com editores. Parece que se se for realmente bom acabam por ficar eventualmente. Mas ainda assim há exploração, há trabalho em excesso e salário em défice, há muita inexistência de horários. Mas o que é mesmo ser bom neste momento?

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sim, sou nova!

Hoje fui gozada pela minha idade. Sempre foi um choque quando alguém lá na empresa me perguntava a idade. Ouvia comentários como "Eish! Isto é quase exploração infantil!"... Mas hoje foi maios marcado! Eu sou manifestamente a mais nova da agência e quase toda a gente mo relembrou durante o dia. Não me incomoda, aliás eles é que ficam incomodados! No entanto, parece que toda a gente se lembrou disso hoje. Sim sou novinha, bastante até, mas isso não quer dizer que não tenha qualidade naquilo que faço!

Durante a tarde surgiu um projecto desafiante. E desafiante é a palavra. O timing era apertado e o briefing foi passado já ao fim da tarde, mas proporcionou-me uma adrenalina tão grande fazer aquilo e ver que a minha ideia, as minhas palavras resultavam bem ali, estavam bem colocadas! Such a rush! Mas senti que era aquilo que queria fazer!

Por isso, posso dizer: balanço positivo para o dia de hoje.

Dia 13

Hoje foi duro começar o dia depois de uma noite mal dormida, mas lá decorreu com os sobressaltos do costume. Uma escola primária foi transferida para uma escola secundária desactivada que não tem condições para receber os 300 alunos que lá têm aulas actualmente. Porque a escola não tem os sanitários disponíveis, alugaram casas de banho portáteis (sim, daquelas dos concertos, com um depósito...) que estão impróprias grande parte do dia. E estamos a falar de crianças de idade pré-escolar, 1º, 2º, 3º e 4º ano.
O dia melhorou quando uma jornalista precisou de testemunhos para um tema que vai ser alvo de reportagem e eu pude sugerir uma família sobre a qual já fiz uma peça na Faculdade. Certo é que não assino - não estamos ainda nessa fase do estágio -, nem tenho qualquer influência na condução da reportagem. Mas eu fui a pessoa que garantiu que um maravilhoso caso se torne público e por hoje isso vai ter de chegar.
Está quase a terminar a 3ª semana de estágio. Regra geral, ficamos um mês em cada secção. O futuro é no entanto, por agora, incerto. Os estagiários que entraram no início do ano começam agora a partir, mas um foi contratado. Ele é a esperança.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Falhar até acertar!

Depois de um começo de dia estranho, senti-me bem com um pormenorzinho. A boss apresentou-me a um novo colega como se fosse uma trabalhadora normal, sem mencionar nem explícita, nem implicitamente que eu era estagiária! E numa pesquisa para um trabalho encontrei esta citação:


"Falhar.

Falhar de novo.
Falhar melhor."


Samuel Beckett

Dia 12

É com satisfação que informo que o rapaz que vivia num banco de jardim, na Alameda, de quem falei no décimo dia de estágio, vai ser alvo de reportagem, o que certamente levará à resolução da situação. Alguém decidiu insistir em enviar mail e eu reiterei o pedido de que se avançasse com algo. Foi também um dia bom no sentido em que uma das bosses me disse frontalmente que éramos um excelente grupo de trabalho e estávamos a funcionar muito bem. Foi o primeiro reforço positivo que recebemos, na terceira semana, não me parece mal de todo. Parece que não recebiam estagiárias dinâmicas e verdadeiramente dedicadas há algum tempo...
As escolas continuam com problemas, nomeadamente ao nível da falta de auxiliares de educação. Numa EB 2.3 no Algarve, crianças estão a ficar sozinhas durante cerca de uma hora porque não há auxiliares e os serviços de transporte escolar só estão disponíveis cerca de uma hora depois do final das aulas. Os reclusos de um estabelecimento prisional em Sintra estão a organizar uma greve pacífica - acho que falei com o recluso mais eloquente do país - por falta de condições e acompanhamento.

Palavras mal colocadas

O fim-de-semana foi recheado de conversa, música e cultura geral. Dito assim até parece um retiro de estudo, não é?
Foi muito bom, rever pessoas e passar algum tempo juntas só porque sim. E entre gritos ao microfone e exaltações por uma resposta certa, lá soubemos conviver em paz! A prova do bem-estar que se vivia era ver entrar três pessoas na cozinha e estarem todas a cantar… mesmo que fossem músicas bem diferentes!
Desde “Karma Chameleon” a “The Eye of the Tiger”, passando por “Tainted Love” e “Come on Eileen” tudo se ouviu, cantou e berrou naquela sala.
Demos cabo da paciência do Jorge Gabriel encarnado no Buzz e aprendemos umas coisinhas, por exemplo: sabiam que o George Micheal começou a carreira aos 15 anos?

Enfim, dois dias que terminaram com uma cover do grande clássico “Sometimes” da Britney, cantada aos berros algures por Chelas.

No estágio tudo calmo, algum trabalho...nada de transcrições. (YAY!) Só uns textinhos sobre livros infantis e os novos discos da música portuguesa, por agora.

Depois de um fim-de-semana fantástico, voltar ao trabalho pareceu-me tão cinzento. Hum… Também pode ser porque vesti cinzento na segunda e preto hoje. "Ressaca emocional", chamam-lhes algumas. A verdade é que ontem foi um dia suave e subtilmente estranho e hoje está a ser um dia denso, estou a achar difícil manter-me de ânimo leve. Parvoíces, inseguranças. Palavras mal colocadas.

Sim, as palavras, que agora provam ser tanto a minha paixão como a minha maldição.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Dia 11

Hoje foi o primeiro dia de estágio ao qual quis não ter de ir. Depois de um fim-de-semana passado na melhor companhia, - é bom saber que com horários diferentes e vidas estagiárias esgotantes, sete amigas ainda arranjam tempo umas para as outras - acordei resingona e cansada. Cheguei meia-hora atrasada, não houve drama, ninguém tem nada para agendar às 9:00h. Não ligou muita gente, ou quem ligou não podia ser ajudado, pelo menos não por mim, não hoje, com aquele humor de cão. Lamentei não ter podido ajudar a senhora cujo marido morreu há dois anos e lhe batia. Deixou-lhe uma dívida enorme e não a deixam aceder às contas dele. Desesperada que estava começou a chorar e aí é que as coisas se complicaram mais para mim, é difícil lidar com a tristeza nua dos outros tão perto de nós. Passei o dia meio k.o. com a vida a passar-me ao lado, mas estava tão zombie que nem me chateou! Soube que uma estagiária recebeu um grande elogio de uma das piores (más, exigentes, chatas, embirrantes) bosses de todo o ocs, e isso pôs-me a pensar: quando chegar a minha altura de fazer jornalismo a sério, saberei o que fazer? Virei a ser tão boa como gostaria de ser?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

É o que dá passar horas a transcrever entrevistas.

Descobri hoje ao fazer mais uma transcrição que o meu cérebro não funciona mal de todo. (pois.) Quando ouço uma frase longa apanho em primeiro lugar a ideia e depois as palavras-chave. Digo isto porque muitas vezes coloco as palavras-chave em lugares aos quais elas não pertencem, mas que não alteram por isso o sentido da frase.
Ex:
O que escrevi:
"Porque o primeiro dia é sempre estranho, chegarem a um espaço complicado sem conhecerem as condições"
Correcta:
"Porque o primeiro dia é sempre complicado, chegarem a um espaço estranho sem conhecerem as condições"


Ai, fim de semana à porta e eu que nunca mais saio do estágio.

Dia 10

Hoje o dia começou relativamente qualquer coisa. Isto não significa absolutamente nada pois o dia nada tinha de especial até eu ter caído no meio do chão, num bocado de passeio entre duas passadeiras. Foi um aparato imenso porque estava com uma mala e dois sacos, cabelo esvoaçante e mão esfolada. Oportunamente estava a passar uma ambulância que parou e me perguntou se estava bem. Para lá do ridículo e do cabelo desalinhado, bem obrigado.
Cheguei ao estágio e as bosses ainda não tinham chegado, verdade é que cheguei antes das 9h - desnecessário - mas aproveitei para tomar o pequeno almoço que não fora comido em casa.
O dia de trabalho lá começou com as más notícias do costume. A que mais me escandalizou foi o facto de no Cascais Shopping, uma firma de restauração contractou uma Srª e quando lá se dirigiu, no seu primeiro dia de trabalho, foi-lhe dito "Desculpe, mas aqui não aceitamos pretas". Fiquei absolutamente agoniada com esta situação, e o mais triste é que não posso fazer nada porque o contracto apresentava uma cláusula para um período de experiência durante um mês e em tribunal poderiam alegar que a dissolução do contracto resulta desse período.
Para além disso há um caso de saúde pública perto da Quinta do Conde, onde existem cerca de 100 animais (entre cabras, ovelhas e cães) todos juntos, fechados num espaço muito reduzido e alimentam-se de outros animais que por ali perecem, sucumbindo aos maus cuidados. Isto indigna-me quase tanto como a questão que realcei anteriormente porque adoro animais e custam-me imenso estas situações. Este caso já está no entanto a ser seguido e espero que se resolva em breve. Aproveito por isso para divulgar aqui um blog que deverão consultar:
http://www.patavermelha.blogspot.com/
Este projecto promove a entrega de medicamentos a diversas associações, canis, etc. E a ajuda nunca é demais.
Para além disto tudo, um rapaz foi posto fora de casa pelo padrasto, a quem não agrada os 3 cães do rapaz. Há cerca de 3 semanas dorme num banco de jardim, na Alameda, em Lisboa. Não está disposto a desfazer-se dos cães, ou pelo menos, não sem encontrar um lar apropriado. Esta história faz-me lembrar um sem-abrigo que via muito, o ano passado e há dois anos, na Baixa da cidade. Andava sempre com seis ou sete cães, com a particularidade de que eram todos brancos (sujo). Não o vejo desde o Natal. Que será feito dele?
Sou uma pessoa optimista e vou ter de continuar a sê-lo embora seja difícil - mas inevitável - nesta profissão. O bom da minha primeira secção de estágio é saber tudo do que se passa em todo o lado. E o bom é o mau também.