sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sorte ou azar

O dia começou mal. Passei a semana com o horário da noite, mas hoje ia entrar bem cedo por isso o despertador estava marcado para as 05h20.
Acordei bem depois de ter tocado, cabelo desgrenhado, corrida no corredor com calças de pijama já a meio das pernas, um verdadeiro desatino. A coordenadora do online é uma verdadeira pérola e não me deu na cabeça; também foi o meu primeiro atraso (a sério) e compensei com muito e empenhado trabalho.
Até que.
Ia morrendo do coração. Recebemos constantemente e-mails com o "mapa geral" ou "mapa da semana" que nos indica quem vai estar, onde, em que semana, na redacção. Os estagiários desaparecem por vezes, nada de grave, e nem era o caso. Lá estava eu, a verde fluorescente, como os restantes. A laranja, nas madrugadas, lá estava eu, naquela semana.
De 20 a 26 de Dezembro. Mudei de cor três vezes, revi o mapa outras tantas, vieram-me lágrimas aos olhos ('tá bem, mariquinhas, eu sei...), pensei no que faço, há anos, com a minha família na tarde de dia 24, na noite, no dia 25, no Natal. E parecia-me ridículo o sacrifício para algo tão pouco garantido como é este estágio, que apesar de estar a gostar muito, porque é o que sempre quis, e tão pouco agradecido também. Recompus-me mas não acatei serenamente a decisão. Mexi-me. Falei com uma estagiária (e acertei à primeira) e ela não se importa. Para ela, não é sacrifício. E troca comigo. Se me sentia a pessoa com mais azar do mundo, esta manhã, algum tempo depois sentia-me verdadeiramente agradecida pela sorte que acabara de ter. Esta é uma pessoa que não se importa de abdicar de estar com a família na noite mais quente (para uns, mais fria para outros) do ano e assim eu vou poder estar. Há realmente pessoas para tudo, mas hoje orgulho-me em dizer que a minha ambição tem limites. Quando receber e me for dado crédito, logo sacrifico o Natal.

Weee (mais um título parvo!)

Primeiro dia sem orientação directa, vamos lá ver como corre... Mais responsabilidade em cima, e a secção com mais trabalho (não necessariamente a mais apetecível - not at all!), mas ao menos agora já tenho um pc só para mim (e que não tem filhos e filhas como screensaver a olhar directamente para mim, wee!).
Enfim, já estou meio atrasada, AHAH, não dá muito jeitinho!
Avizinham-se dias atribulados. Relaxxxx...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

YES!

Agora sim, podem ir buscar a garrafinha de champanhe! =)

Gostaram muito de mim e tal e vou ficar por mais 9 meses, a recibos verdes!!


segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Mau-feitio gripal

Às vezes irrita-me mesmo este país em que vivo.
Este sábado 120 mil professores uniram-se, comoveram-se, gritaram, ficaram roucos, exigiram a grito uma alteração deste inominável novo estatuto do professor.
O nosso, antes querido, Só-Cretino (leia-se Não-Engenheiro mas Engenhoso-na-mentira, Primeiro Ministro) e a profundamente ridícula (ou simplesmente estúpida) ministra da Educação entendem agora que os sindicatos não estão honrar aquilo que foi "acordado". Lembre-se que o dito "acordo" foi verbal e pode perfeitamente ser quebrado, face a todas as mentiras que os portugueses têm suportado ao longo deste vergonhoso mandato. Sinto-me enojada com o momento político que se vive no nosso país.
A minha vida faz-se de professores hoje, e desde sempre, a começar pela minha querida mãe, também ela prejudicada por estas péssimas decisões economicistas mascaradas de qualquer coisa dificilmente identificável. Na primária, conheci uma força inspiradora, que me motivou, ensinou a crescer, a ser. E em todos os anos que se seguiram ao primeiro de escola, vi rostos entrarem pelas salas de aula, uns mais dedicados que outros, uns mais inesquecíveis que outros, mas nenhum menos competente, nenhum menos significante para a pessoa que sou hoje. É, também a eles, que devemos quem somos e por isso, na próxima Grande Manifestação de professores, sugiro que os alunos a quem todos esses professores tocaram, se juntem a eles e fiquem roucos também.