sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Post de Fim-de-Semana

Escrevo agora na condição de pessoa, ser pensante, sentimental e de profundidade relativa. Não garanto que o que vá dizer tenha de fazer sentido ou interesse seja o que for para a vida de quem quer que seja. Estou a ouvir neste momento o TOP 10 do meu pai, do meu querido pai - beijinhos à mamã também, que embeleza o cenário - e são músicas de outros tempos que não o meu. Se fossem músicas banais, entreter-me-iam pura e simplesmente, mas fazem-me pensar - sentir!! viver um futuro mais ou menos próximo - que quero, daqui a 10, 15, 20 anos, estar em qualquer lugar, numa noite estrelada, em frente ao mar numa cadeira de baloiço, a ouvir as músicas que oiço hoje. E quero que o trabalho que fiz ao longo de cinco dias - metaforicamente falando - tenha significado e perdure, para que alguém menos aflito das dificuldades diárias e notícias tristes que lhe vou dar por vezes, possa, sossegado, em qualquer lugar, numa noite estrelada, contemplando o mar, ouvir as músicas que a História guardou.

Crazy Friday ou Sexta-feira Maluca

Como queiram.

De manhã, estive a acabar o trabalho que tinha ficado a meio ontem e, já perto do meio-dia, deu-se o acontecimento do dia (do qual já vos falei): a morte da minha bic.
Depois de almoço fui com a orientadora entrevistar um Chefe (de cozinha) a Lisboa. Foi giro. A meio da entrevista só ouço o Sr. Chefe dizer "gosto de me envolver com as hortaliças"
...Desculpe?
Eu a morder o lábio para não me rir, a minha orientadora com a mão à frente da boca para disfarçar. Enfim. Depois de tiradas as fotografias ao Sr., fomos fotografar os pratos e apanhámos a hora de almoço dos assistentes da cozinha (16h00), dois deles eram muito girinhos, pelo que não custou a hora extra de seca.
Nessa hora ainda li o livro de visitas e eis que encontro duas frases peculiares: "Se os olhos comessem comia-te o restaurante todo" e "Um brinde à amizade, ao amor e ao sexo. Ao sexo porquê? Porque não engorda!". Na minha opinião todos os restaurantes deviam ter frases deste calibre no livro de visitas!


Chegadas à agência, mais trabalhinho e desta vez o copy para um postal de natal (feito entre gargalhadas dos designers e do boss atrás de mim) foi revisto pela boss mesmo.
Foi aqui que descobri que ela é uma mulher de armas. Ou isso ou tem uma garganta pouco sensível: provou o licor e bebeu dois tragos em segundo e meio. No fim fez "huumm" e sorriu. Eu só me lembrava de ver o boss a tossir a cada golinho daquele elixir e ela ali na maior. Fiquei impressionada!


Depois de ter ficado encarregada de dois artigos para fazer no fim-de-semana em casa, peguei nos meus tarecos e, enquanto esperava pela minha boleia, provei o licor. E percebi tudo. A boss nem é lá muito grande, o boss é que é um menino: o licor não está nada alcoólico. Está bem bom até!

Bom fim-de-semana!

Dia 5 (parte 2)

Decidi ser pró-activa e respondi a um e-mail para avisar a senhora que embora não possa garantir a cobertura do assunto, encaminhámo-lo - neste caso para uma outra entidade competente dentro do nosso órgão -. Fiquei orgulhosa e se conseguir de facto arranjar tempo fá-lo-ei com maior frequência. Terminei ainda com votos de que o seu problema se resolva com maior brevidade possível. Estou convencida que o meu e-mail lhe possa trazer alguma esperança. Soube também que a minha boss mais nova costuma responder aos e-mais mais aflitos, o que me deixou muito feliz e assim parto descansada para o fim-de-semana.
Já são 17:02, por isso, sem nada a agendar me despeço com votos de bom fim-de-semana.

Dia 5 (parte 1)

Falta 1:15 para acabar a minha primeira semana de estágio.
O dia decorre com normalidade e o bom ambiente que se vive na redacção permite que se faça ouvir Dancin' Queen do filme Mamma Mia.
Nada a agendar e o dia ainda nem acabou, mas reformo-me já por esta semana, sugerindo-vos o trailler deste filme obrigatório.


R.I.P. Bic

A minha caneta acabou.


Não posso dizer que era a primeira porque já me tinham levado algumas por engano, mas era p'raí a terceira. E acabou quando estava a escrever a palavra "dúvidas".

Misturei surpresa e desilusão num som inintelígivel, o que fez com que a orientadora olhasse para mim com um ar maternal e dissesse:

- Às vezes acontece.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Roller Coaster

O meu dia foi assim, uma montanha-russa. Irónico, não é? A estagiária russa ter um dia que foi uma montanha-russa?

Antes de mais, deixem-me contar-vos um pormenor do dia de ontem: lembram-se do iconomato? Pois bem, aquilo é uma sauna. E como é que eu descobri? Tive que fazer um telefonema/entrevista lá. Isto parece estranho, mas nem é. No sotão não há rede nos telefones e tive que me enfiar no iconomato para poder falar com um proprietário de um restaurante.
Nem vou comentar o ridículo que foi fazê-lo numa arrecadação. Salvo seja!

Posto isto, vamos à viagem louca de hoje.
Ponto 1: muito trabalho.
Ponto 2:
trabalho a montes.
Ponto 3: trabalho p'ra caraças!
Mas não é mau. Aprendo e dá-me estaleca.

A manhã começou atribulada com chuvas e com o almoço esquecido em casa, mas passou sem sobressaltos e na hora de almoço surgiu a dúvida: Incómodo VS Incomodativo. Conclusão: são usados em alturas diferentes. Incómodo é algo que é...vá...chato e quê, mas que é contínuo. Incomodativo é algo que incomoda, mas que deriva de algo que aconteceu pontualmente.

Durante a tarde, mais trabalho, e eis que dou por mim a falar sozinha para o computador. Sim, para o computador. A minha orientadora disse logo que isso era o primeiro sintoma de loucura e, passado algum tempo, todas as minhas folhas tinham pos-it's coloridos e até o ecrã do computador já tinha um. Logo outra colega comentou que eu estava a apanhar as manias dela e da orientadora, mas - olha que bom - as más! Isto nem teria nada de especial, não estivesse eu com um ar tresloucado entre palavras sussuradas e com um marcador azul a segurar-me o cabelo.

A certa altura veio muita gente para o sotão, vários colegas e o "boss"! Era vê-los a provarem o licor que eu levei e a deliciarem-se!! Ponto alto, elogios.
Logo de seguida voltámos ao trabalho, à séria, e quando dei por ela já eram 20h00 e eu tinha que ir apanhar o último autocarro. Resultado: um artigo ficou a meio e outro por fazer. Fiquei chateada, irritada. Vim para casa a maldizer o mundo e sem paciência para nada.
Mas estava eu a jantar, quando vejo o novo anúncio do Azeite Gallo na televisão. Um copy inspirador, que me deixou um sorriso nos lábios e um olhar sonhador. Um dia quero fazer aquilo. Quero mesmo. O copy é da Andreia Ribeira: inspirem-se.

Dia 4 (parte 2)

Passado o susto da bomba, agora sim podemos falar.
Os telefonemas do costume, os gritos o costume, a má-educação do costume.
Uns precisam que lhes resolvamos a vida, outros ligam porque infelizmente integram as estatísticas mais tristes do país. A uma senhora assaltaram a casa (roubaram dinheiro, ouro, electrodomésticos e vandalizaram o espaço), a outra retiraram-lhe o bebé do qual era responsável legal sem motivos aparentes ou aviso prévio, um senhor foi maltratado no Hospital da CUF, uma outra tinha tantos problemas que se atropelava a falar e mal cheguei a perceber de que precisava.
As restantes coisas agendam-se, ignoram-se, nunca se respondem. Por vezes só queria poder responder, dizer-lhes que não temos equipas/disponibilidade - INTERESSE!!! - para as ajudar.
Nunca mais assaltam a casa de um ministro ou o tornam uma vítima de carjacking, para que as coisas sejam realmente noticiadas e se criem soluções.
Raios os partam, inúteis de fato.
E a primeira semana está prestes a terminar, os bosses (desta primeira secção) são amorosos e os dias passam-se muito bem.
A melhor do dia foi a agenda do Presidente da República. Parece que o PR vai a Vila Real e constava na agenda qualquer coisa de um lar para idosos. Aqui a boa da estagiária pergunta:

"XXX, já agendaste esta do P.R. do lar peidosos?"

Risota geral, claro está.
Até amanhã.

Dia 4 (parte 1)

PÁRA TUDO!

Acabámos de receber uma ameaça de bomba.

P.S.- Entre em pânico agora ou daqui a um bocadinho?

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Dia 3

7:00
Acordar, tomar banho, vestir, comer, preparar almoço, sair, apanhar autocarro, sair, apanhar 2º autocarro, viagem de 30 minutos com saltos capazes de me colar os discos da coluna, redacção. Primeiras boas chamadas, agenda, planeamento. Até que...

"Bom dia, minha senhora, passa-se o seguinte. Eu devia ter sido operado quando era pequeno mas só fui há oito anos. E ... bom tratava-se de uma circuncisão. O problema, minha senhora, é que isto foi mal feito, rasgaram-se sete pontos e eu agora não posso ter relações... pronto... sexuais, pronto, é mesmo assim que se diz. e o médico deu-me uma pomada e"

... os pormenores sórdidos continuaram, mas poupo-vos dos mesmos. E queria ajuda. Pois. 'Tá boa.

Tive também uma Srª. do bairro "Fim do Mundo", cuja casa vai ser demolida dia 24. A CMCascais atribuirá casas às pessoas que viviam neste bairro, mas os critérios dão prioridade a famílias, idosos ou pessoas portadoras de deficiência. O que é compreensível.

"Mas isto é muito injusto menina, não sou um ser humano também?".

O que é triste. Esta senhora acabou por me irritar porque tive imenso trabalho a pesquisar coisas sobre o Instituto de Reabilitação Urbana, que, juntamente com a Segurança Social, ajuda indivíduos isolados a arranjar casa após demolição das barracas etc, etc, etc e só ouvi

"Oh minha srª eu já fui aos institutos todos"...

Yeah right. Portanto para além de estagiária de Jornalismo, sou também um pouco Assistente Social, o que não desgosto porque me abre os olhos para a realidade do mundo.
Desabamentos, derramamentos, assaltos, demolições, "carinhoooo" e lá chegaram as 17h.
Passo acelerado nas minhas sandálias (péssima ideia), autocarro 1, autocarro 2, mercearia - camarões e queijo ralado -, casa, tarte de alho francês - calor a mais- suspiro.
Vida de estagiário é assim, não podemos ajudar o senhor com a pilinha avariada, nem a senhora que vai perder a casa e as tartes queimam-se.

O espaço

É brutal. Estou no grupo que trabalha no sotão. Não, no sotão, não, nas águas-furtadas. Melhor: na penthouse desta casa!
Temos quatro puffs, dois em pêra e dois em paralelepípedo, verdes e turquesa. Temos imensa luz natural e as cadeiras são confortáveis - pelo menos a minha é.
Ah e post-it's, temos uma parte da parede pintalgada com amarelo, laranja e rosa-choque com as citações mais insólitas que se ouvem por aqui. Eu já lá tenho 2, sim 2! Um deles está relacionado com a expressão popular "pau oco" e ou outro é a informação de que "os AC/DC lançaram o seu primeiro disco em 1874" que eu fiz o favor de escrever num dos trabalhos que me foi pedido.

Agora um tour:
Descemos as escadas e temos uma casa de banho, uma impressora(por baixo das escadas), um escritório e a sala de reuniões. Seguimos por um corredor, no qual há mais uma sala de trabalho e uma casa de banho em frente. À saída do corredor temos uma escadaria ampla e, antes dela, uma arrecadação (aqui apelidado de economato) com material de escritório.
No primeiro patamar das escadas é o escritório dos "bosses" e no rés-do-chão temos a porta de entrada e mais uma casa de banho que serve a maior sala da casa, que por sua vez alberga também o maior grupo de trabalho. Seguimos para outro corredor e vemos logo o escritório da recepcionista/telefonista, passamos pela cozinha (que tem mais uma casa de banho) e vamos dar ao escritório da contabilidade. Se virarmos para trás vemos umas escadas em profundidade que vão dar ao que seria a garagem mas que é mais uma sala de trabalho. Ao lado da porta desta temos mais escadas que vão dar às instalações de outra empresa acoplada a nós e que trabalha connosco. Aí há mais escritórios e salas amplas para as sessões fotográficas.

Ufa...

Cansados? Ainda não vos falei do espaço exterior!

Talvez outro dia.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Dia 2

"Estou sim? Bom dia minha senhora, olhe, é para dizer que um homem foi baleado na cabeça, levou 4 tiros na esquadra de Portimão".

Este foi o início da minha manhã. Custa ouvir a vida que segue la fora. Iníciamos agora uma etapa importantíssima que começa com a morte de outros - ou o ferimento grave, como foi o caso -.
Não sou facilmente impressionável. O senhor levou três tiros (o quarto de que a senhora falou, foi provavelmente disparado pela polícia), um na boca, dois na nuca no interior de uma esquadra policial - onde pára este país? -, curiosamente, quem o baleou era a pessoa de quem ele estava a apresentar queixa - e eu, na minha egoísta existência só pensava e logo hoje que eu saio às 20h30 e já é de noite... -.
Uns ligam para dizer que estão apenas duas pessoas a atender 300 na Loja do Cidadão de Telheiras, outros enviam cartas desesperadas que as minhas colegas apagam com rapidez e perícia. Hoje soube também que não devemos dizer ao telefone "se houver interesse, contacta-lo-emos". NÃO! "Se houver disponibilidade". Ora... la mierde. Nem tudo é notícia, mas custa-me não olhar duas vezes para o nome da pessoa que viu no meu órgão de comunicação a eventual solução para o seu problema, tornando-o público. Custa-me ouvir "desculpe, não sei se receberam o meu email...". Sim, recebemos mas apagámos porque a sua vida não motiva uma equipa a sair em reportagem. Mesmo que não motive realmente, custa.
Talvez seja um pouco impressionável. Não tanto com o sangue. Mais com estes apelos mudos que chegam por email, ou os gritos abafados do outro lado do telefone.
Achamos sempre que a mudança vive em nós e ainda o sinto - mal de mim se a frustração me comesse a esperança no 2º dia - mas a verdade é que devemos tudo às pessoas que ligam, aos que se preocupam, aos que denunciam. A eles devemos a verdade, a prontidão das notícias que recebemos todos os dias. A eles agradeço e me desculpo não receberem uma mensagem de retorno.
Agora coisas menos sérias, hoje percebi que a senhora do carrinho é brasileira e deve ser do Nordeste e por isso por vezes sai-lhe CARINHO! em vez de carrinho, que fica a coisa mais fofa do mundo, pensar que alguém duas vezes por dia distribui carinho na redacção.
Saí às 20h30, não foi preocupante, afinal o bairrozinho onde apanho o autocarro não parece tão mau assim, espero que não tenha nunca que fazer uma chamada angustiada como as que recebo.
Por hoje, nada mais a agendar.

Correio Surpresa

Eu explico. Este fim de semana fui a casa - sim, na santa terrinha, embora eu prefira chamar-lhe paraíso no campo - e acontece que em conversa já tinha "prometido" aos colegas (eu cá não prometo nada, posso é deixar a possibilidade no ar!) as minhas famosas bolachas de canela, os doces típicos da terrinha e o delicioso licor de Folha de Figueira. Assim, passei a tarde de sábado entre farinha, açúcar e canela, ombreada pela minha mãe, por sua vez a tratar do licor. Tudo, para que segunda-feira esta bela agência pudesse usufruir destes petiscos.

"O que é que sucede?"


Aqui a russa levanta-se tarde no domingo, almoça e sai à pressa para ir apanhar o comboio. Resultado: bolachas e licor em casa. Solução: papás enviam pelo correio.

Eis que, perto do meio-dia e meio, recebemos um caixotão com copinhos de plástico, uma garrafa de licor, bolachas e bolachinhas e os doces típicos. Uma festa. Os que provaram adoraram! A ponto de já se ouvirem comentários como "o que vale é que hoje vou ao ginário!" e de já me terem pedido a receita. Choveram elogios à minha mão p'á bolacha no ichat! =)

Agora isto tudo era muito giro se eu não estivesse piursa com a TMN ou com a The Phone House ou com os dois. Estou sem net, supostamente por uma falha de comunicação deles, e agora dizem-me que tenho que ir à loja onde comprei a placa - meus amigos, não tenho vida para isso. Logo à noite vou ligar para lá e desancá-los. E ai deles que não me resolvam o problema. Não a sério, estou capaz de esfrangalhar alguém, mesmo. É que isto de estar a escrever na empresa, não dá com nada, não tenho tempo, não quero abusar, enfim...

A russa hoje está chateada. Venham as bolachas.


P.S.
- Eis que surge um motivo de alegria! Um título sugerido pour moi, para um programa informático, foi aprovado à primeira, depois de mil e uma tentativas! wee!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Dia 1

Mal dormi.

Andei a contar os dias até ao fim de Agosto; depois, quis aproveitar o Verão que já se fora na primeira semana de Setembro; finalmente chegou o fim-de-semana para pensar "Ok não vou estagiar de All-Star e calças rotas, talvez seja melhor ir comprar alguma coisa". Blusinhas para aqui, sandálias para ali, botas e futilidades várias depois, aproveitei o último fim-de-semana de estudante da melhor maneira possível.
Assim, como dizia, mal dormi. Hoje ia ser o primeiro dia...
E lá fui, de boleia, colo e mimo qual primeiro dia de escola, eu com 5 anos e mochila maior que eu às costas. Não. Sandálias maiores que eu nos pés. E, ei-la. A redacção.
O trabalho não choca, não cansa - para já -. Hoje e durante cerca de um mês, eu decido o que é notícia. Então assim é, recebo (eu e toda a redacção, leia-se) a agenda do PR e do PM, a chamada da Srª XXXX que entende que o palhaç* do PM devia é enfiar os portáteis que anda a dar por um sítio que ela sabe porque os miúdos precisam é de livros e os livros estão caros e as pessoas fotocopiam-nos - pois, mas não se pode - e não devia ter votado neles mas com o meu voto não contam mais, malvados e lá desliga a Srª XXXX com a consciência aliviada e eu com os ouvidos a arquejar.
Nisto segue-se algo, para mim, insólito.
O carrinho. Ora, o carrinho não é mais que um carrinho empurrado por uma senhora - a que grita "CARRINHO" ao entrar na redacção, seguido de um "Bom-Dia", e toda a gente a ela se dirige para comer fruta e iogurtes, gentilmente oferecidos pelo proprietário do órgão de comunicação (até saber, é a ele que agradeço em segredo, já que não dão almoço). E lá comi uma banana (eu sei, é ridículo, porque raio alguém há-de comer logo uma banana no primeiro dia de estágio?), mas já tinha comido uma pêra e uma maçã.
As colegas estagiárias são simpáticas e solícitas, as colegas patroas são razoáveis e não muito antipáticas, por isso acho que correu bem.
Nada mais para agendar.

Primeiro mês

Inacreditável. Já passou um mês, inteirinho e mais uns dias.
Estava eu na piscina, de papo para o ar a apanhar solinho, quando recebo uma chamada a pedirem-me para começar a estagiar no dia seguinte! Ora bem, passado o susto, ficou combinado começar na segunda-feira seguinte: 28 de Julho. Agência de Publicidade, mundo real, aí vou eu - tentar ser copywiter.
E assim foi. Desde então é sempre a aprender, sempre a subir, apesar de alguns passos em falso.
Nas primeiras semanas foi a desorientação habitual, nada de grave. Poucos afazeres, marcar entrevistas, fazer pesquisa e escrever uma ou outra coisa. Ao contrário do que acontece muitas vezes, notei um esforço para arranjarem sempre alguma coisa aqui para a russa - como fui apelidada.
Costumam passar-me briefings completos e claros, o que me ajuda imenso. Não, não me posso queixar, de todo. O ambiente de trabalho é muito bom, sou tratada como igual e, apesar dos horários às vezes serem um bocadinho mais puxados do que o normal, sinto-me confortável.
Por enquanto a maioria dos meus trabalhos ainda está a ser revista por um outro copy, digo a maioria porque cada vez mais sinto uma maior confiança dos colegas naquilo que escrevo: quando não há copy revisor disponível, segue para o cliente sem grandes dores de cabeça para o account.

Yay!

Mas é facto que já fiz erros de que não gostei, mas geralmente é controlável e não é grave. Balanço positivo!
Numa próxima conto-vos como foi tomar conta de duas tartarugas e, melhor que isso, descrevo-vos o espaço que me rodeia!