Fobia (do Grego φόβος "medo"), em linguagem comum, é o temor ou aversão exagerada ante situações, objetos, animais ou lugares.
Existem três tipos de fobia:
Agorafobia - Medo de estar em lugares públicos concorridos, onde o indivíduo não possa retirar-se de uma forma fácil ou despercebida.
Fobia Social - Medo perante situações em que a pessoa possa estar exposta a observação dos outros, ser vítima de comentários ou passar perante uma situação de humilhação em público.
Fobia Simples - Medo circunscrito diante objectos ou situações concretas.
Dentro da Fobia Simples, há cinco vertentes principais:
Animais; Aspectos do Ambiente Natural; Sangue, Injecções ou Feridas; Situações; Outros Tipos
Ora bem, assuma-se desde já que eu tenho fobia a aranhas - aracnofobia. Não, não é mariquice, até porque eu consigo lidar bem com o confronto com esta criatura, se esta for da largura de uma das minhas pestanas. Mas quando as bixas são maiorzinhas é que é pior...
Depois de um dia de trabalho algo atribulado, graças à notícia do Simulacro de Sismo em Lisboa, cheguei a casa e jantei calmamente. Subi para os meus aposentos carregando umas seis meias dobradas nas mãos. Já tinha a chave da porta na mão quando olho instintivamente para o lado e...
susto • choque • falta de ar • coração acelarado • mãos a suar • inépcia • dispraxia • incapacidade de proferir qualquer som • pensamentos a mil
Estava uma aranhona no corrimão de mármore, castanha, feiosa.
As meias saltaram-me logo das mãos e espalharam-se pelas escadas, entre apanhá-las de forma totalmente dispráxica e tentar abrir a porta em 15 tentativas, deixei de a ver. O horror. Na minha mente apenas restava um pensamento: a voz da minha mãe a dizer "tens de matá-la sozinha, tens de te desenrascar!"
Peguei no insecticida, qual pistoleira do oeste, e fui atrás do monstro. Borrifei tudo: de escadas a plantas nas imediações até às portas num raio de 5 metros. Depois fugi. Não sei se ela morreu ou não, mas espero fervorosamente que sim. Voltei a entrar ainda com o ritmo cardíaco nos píncaros e fechei a porta atrás de mim, dei uma volta ao quarto e borrifei cada cantinho. Incrível o que o medo nos põe a fazer.
Calmamente regressei à minha vidinha e esqueci o sucedido, até esta manhã. Pronta para sair, procurei as chaves, que não havia meio de encontrar. Revi mentalmente os meus passos e foi aí que *Plim* eu sabia onde tinha deixado as chaves. Abri a porta e lá estavam elas, na fechadura: do lado de fora.