terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Assim nasce (e morre) uma marca.

Era uma vez uma linha de produtos que queria distinguir-se das demais. Essa linha foi entregue a um grupo na minha agência, autónomo e externo ao meu. No entanto, soubemos que havia problemas com o nome da marca, por isso começámos a tentar ter ideias para agradar ao cliente. Repetimos muitas vezes para nós próprias que aquele não era o nosso quintal...mas a urgência de criar era como um rio depois de horas a chover torrencialmente.
E por horas o debate se arrastou. O conceito era complexo e nós não estávamos a conseguir tocar o ponto certo. Clandestinamente, estávamos a criar uma identidade para uma marca que não nos estava destinada. Muitas sugestões dançavam em frases ditas ao acaso, quase em jeito de brincadeira. Mas foi hoje, ao almoço, que sentimos que tínhamos chegado lá.
Entretanto, soubemos que o grupo a quem o briefing estava delegado já tinha escolhido um outro nome para tentar aprovar com o cliente. "Pavoroso", nas palavras de uma colega. E nós continuámos, discretamente, a criar. Já tínhamos andado por perto, eu já tinha sugerido um nome que nos agradava muito, mas foi ali que, subitamente, eu tive uma epifania.
Era aquilo, era mesmo, mesmo aquilo. Em minutos, defendemos tudo o que havia para defender em relação ao nome que eu tinha sugerido, falando com entusiasmo. Estávamos definitiva e irremediavelmente apaixonadas.

Foi então que uma sombra se acostou às nossas mentes. Ninguém teria lata suficiente para sugerir um nome novo, sob o pretexto de detestar o nome vigente. Era gozar com o trabalho feito até então. E assim, o nome perfeito ficou na calha, à espera de uma conversa informal entre elementos dos dois grupos para poder surgir em todo o seu esplendor.

Está em coma e o mais provável é nem acordar mais.

1 toque(s) no(a) estagiário(a):

Anónimo disse...

Que pena...
Espero que acorde do coma.